Saúde

São Paulo usará celulares para monitorar aglomerações

Sistema mostra mapas de calor: cores quentes ou vermelha indicam os bairros onde há maior movimentação

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Um sistema, feito em acordo com as quatro operadoras de celular – Oi, Tim, Claro e Vivo – vai monitorar e localizar aglomerações que se formarem em todo o estado de São Paulo. Assim, o governo paulista poderá atuar tentando dispersar multidões e advertir as pessoas para que  fiquem em casa.

O sistema mostra mapas de calor. As cores quentes ou vermelha indicam os bairros onde há maior movimentação e, as áreas verdes, onde há menos gente circulando.

O programa – denominado Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI) – foi lançado na quinta-feira 9 pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Segundo ele, o primeiro teste foi feito ontem. “As quatro operadoras de celular vão passar a monitorar o isolamento social em todo o estado de São Paulo durante a quarentena”, disse o governador, acrescentando que isso não terá custos para o estado.

“Com informações geradas por meio de aparelhos celulares de usuários, poderemos identificar os lugares onde essas pessoas estarão e onde haverá concentração para analisar também o percentual de isolamento e ações de orientação e de advertência, se for necessário”, explicou. A ideia é ampliar o isolamento em todo o estado, passando dos atuais 49% para 70%.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Patricia Ellen, o governo de São Paulo não terá acesso a dados individualizados das pessoas. “Uma aplicação prática disso [do sistema] é começar a cruzar essas informações com nossos dados de saúde com relação a casos confirmados e suspeitos. Sabemos que a região metropolitana de São Paulo hoje concentra 80% dos casos de coronavírus e vamos passar a acompanhar essa informação de uma forma cada vez mais granular, sempre respeitando a privacidade das pessoas”, disse ela.

O cruzamento dos dados das operadoras e dos registros de serviços de saúde também permitirá que o governo envie mensagens de texto para a população. Os alertas vão informar se a pessoa está em uma região com índices elevados de casos da covid-19 .

Parceria com bancos

O governador anunciou ainda, em conjunto com a prefeitura de São Paulo, uma parceria com os bancos privados – Itaú, Santander e Bradesco – para a produção de 2 milhões de máscaras de tecido. Elas serão produzidas em comunidades carentes e distribuídas ali mesmo. Os bancos vão doar 2,5 milhões de reais para a confecção e distribuição das máscaras até o fim de maio.

A produção teve início na segunda-feira 6, na Escola Técnica Estadual (Etec) de Heliópolis. Na próxima segunda-feira 13, entram em operação mais duas carretas no Centro Educacional Unificado (CEU) Água Azul, na Cidade Tiradentes, na zona Leste de São Paulo; e na Etec de Esportes, no Parque Novo Mundo, na zona Norte.

A iniciativa prevê a remuneração de 740 profissionais autônomos de costura. “A confecção será realizada por costureiras, mulheres destas comunidades carentes, que vão receber 2 reais por máscara produzida. A remuneração pode ultrapassar 80 reais por dia. É uma medida que atende uma necessidade de saúde pública, de geração de renda e de proteção social”, disse Doria.  A previsão é que sejam produzidas, até o final de maio, 2 milhões de máscaras.

Parceria com WhatsApp

O governo de São Paulo lançou também um canal de comunicação pelo WhatsApp sobre o coronavírus. Será um tira-dúvidas sobre a doença.

Para acessar, basta adicionar o número +55 11 95220-2923 e enviar uma mensagem com a palavra “oi” e a pessoa começará a receber uma lista de temas sobre o coronavírus, com dados sobre prevenção, checagem de notícias e higiene domiciliar, por exemplo.

“A  partir de hoje, passamos a contar com o SP Perguntas, um canal gratuito de informações para que a população possa tirar dúvidas e aumentar a prevenção contra o coronavírus. É a tecnologia a favor de salvar vidas e integrar as pessoas na sua proteção e na proteção das suas comunidades”, frisou o governador.

Medidas municipais

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), informou na quinta-feira 9 que foi publicado no Diário Municipal o programa Costurando pela Vida, que prevê a contratação de mil costureiras pelo período de dois meses.

O investimento é de 2 milhões de reais. A meta é que sejam confeccionadas um milhão de máscaras, 500 mil protetores faciais e 500 mil aventais. O material deve começar a ser entregue no dia 20 de abril. Segundo o prefeito, a empresa escolhida para isso será a que oferecer o maior salário para as costureiras.

Covas também anunciou um edital do programa Cozinhando pela Vida, que prevê a contratação de 300 cozinheiras para produzir três mil refeições por dia nos Centros Educacionais Unificados, pelo período de dois meses.

As primeiras refeições devem começar a ser entregues a partir de 30 de abril. O investimento é de 1,7 milhão de reais.

“Os dois programas são de duplo benefício. Em primeiro lugar, ajudamos a população que mais precisa e que é mais afetada no momento de crise econômica e de pandemia. E são programas de transferência de renda, em especial para as mulheres”, disse.

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