Sociedade

Rio de Janeiro registra uma chacina por semana, diz Fogo Cruzado

Segundo a plataforma, mais de mil pessoas foram mortas nessas circunstâncias nos últimos cinco anos

Rio de Janeiro registra uma chacina por semana, diz Fogo Cruzado
Rio de Janeiro registra uma chacina por semana, diz Fogo Cruzado
Operação policial deixou cenário sangrento no Jacarezinho. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Apoie Siga-nos no

Pelo menos uma chacina é registrada por semana na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro, apontou a plataforma Fogo Cruzado em levantamento divulgado nesta segunda-feira 10. A média corresponde ao período a partir de 2016, quando a contagem teve início.

 

Considera-se como chacina a ação que provoca a morte de pelo menos três civis. Em cinco anos, mais de mil pessoas foram mortas nestas circunstâncias. As operações policiais são responsáveis por três a cada quatro chacinas registradas.

Fogo Cruzado afirma ainda que o Instituto de Segurança Pública, entidade que produz dados sobre ocorrências criminais no Rio de Janeiro, não define o conceito da palavra chacina, tampouco indicadores sobre o tema.

O estudo é divulgado dias após a operação realizada pela Polícia Civil no Jacarezinho, que provocou a morte de ao menos 29 pessoas.

A Polícia Civil empregou 200 homens na ocasião e apreendeu 16 pistolas, cinco fuzis, uma submetralhadora, 12 granadas, duas escopetas e munições. Foi o resultado da operação mais letal já realizada pela polícia no Rio.

De todas as chacinas, a polícia foi autora das quatro maiores. Além do episódio no Jacarezinho, agentes provocaram a morte de 13 pessoas em 8 de fevereiro de 2019, no Fallet/Fogueteiro; de 13 pessoas no Complexo do Alemão, em 15 de maio de 2020; e de 12 pessoas na Vila Ibitapitanga, na cidade de Itaguaí, em 15 de outubro de 2020.

“A repressão nestas operações é um fim por si mesma, com gastos exorbitantes, resultados desastrosos e sem transparência”, diz o relatório.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo