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Quem é o passageiro baleado durante sequestro a ônibus no Rio

Bruno Lima da Costa Soares foi atingido por três tiros e está internado no Instituto Nacional de Cardiologia, em estado grave

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Créditos: Reprodução Redes Sociais
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Uma das vítimas do sequestro do ônibus na rodoviária Novo Rio, na terça-feira 12, é Bruno Lima da Costa Soares, que foi atingido com três tiros e está em estado grave.

Inicialmente, a vítima foi internada no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde passou por uma primeira cirurgia. Depois, foi transferido ao Instituto Nacional de Cardiologia, onde os médicos avaliam a a necessidade de uma nova intervenção para retirada de uma bala alojada próxima ao coração.

Ele foi atingido no peito (perfurando coração e pulmão) e no abdômen (com lesão no baço) por dois disparos.

Em nota, o Instituto Nacional de Cardiologia informou que Bruno está em estado crítico, mas estável, no CTI da unidade.

O rapaz atualmente mora em Juiz de Fora (MG) que seria o destino do coletivo sequestrado. Na cidade, cursa engenharia elétrica na Universidade Federal de Juiz de Fora e dividia a rotina cidade mineira com o curso preparatório que realizava na Petrobras desde novembro do ano passado. A vítima nasceu em Volta Redonda (RJ) e passou a infância em Bicas, na Zona da Mata de Minas Gerais, antes de se mudar para a cidade mineira.

Segundo a Secretaria de Saúde do Município do Rio, o mineiro necessita de doação de sangue.

O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) fez uma convocação para a categoria comparecer ao Hemorio, que fica na Rua Frei Caneca, nº8, Centro, no horário de 7h às 18h, e ajudar nas doações. Ao chegar ao banco de sangue, o doador deve informar que o gesto solidário é em favor de “Bruno Lima da Costa Soares – Hospital Souza Aguiar”.

Também em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a empresa está apoiando a recuperação do funcionário. “Nosso foco nesse momento está em garantir o melhor atendimento ao nosso empregado. Pedimos a energia positiva e as orações de todos e todas para que nosso recém concursado se recupere plenamente”, declarou.

O sequestro durou cerca de três horas, com 16 pessoas mantidas como reféns. O sequestrador se entregou à polícia e foi preso por volta das 18h. Segundo os investigadores, o sequestrador, Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, relatou que fugia da cidade por ser ameaçado por uma facção criminosa. E que atirou nas vítimas por ter confundido o passageiro com um policial. Uma segunda vítima, não identificada, foi atendida ainda na rodoviária.

O delegado Mário Andrade, titular da 4ª DP, afirmou que o criminoso disse informalmente que trabalhava para o tráfico na Muzema e foi à Rocinha, no domingo 10, onde tinha dívidas com bares locais. Ele teria se desentendido com um traficante, e acabou baleando o homem. A ideia do criminoso era a de se refugiar na casa de familiares em Minas Gerais.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o sequestrador vai responder por: tentativa de homicídio; sequestro e cárcere privado; e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito com numeração suprimida. Os policiais ainda querem esclarecer se o sequestrador é um integrante do Comando Vermelho.

Anotações criminais

O criminoso tem duas anotações criminais por roubo a mão armada. Ele havia sido preso, em 2019, por um outro assalto a um ônibus que seguia para a zona norte do Rio, chegou a tentar fugir por entre carros, após assaltar os passageiros mas foi preso, julgado e condenado pela 23ª Vara Criminal do Rio a 8 anos de prisão em regime fechado.

Ele chegou a ter benefícios de progressão de pena indo para o regime semi-aberto e então para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Em março de 2023, no entanto, o Ministério Público pediu que ele retornasse ao semi-aberto, em regressão de pena, por mau uso do equipamento. O pedido estava parado na Justiça e só foi apreciado na terça-feira, dia do sequestro.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária passou a fazer notificações à Justiça após cinco meses de uso da tornozeleira. “Cabe ressaltar que o monitoramento se encontra prejudicado, visto que o equipamento estando desligado/rompido não é possível obter a localização do monitorado”, disse o órgão em 4 de agosto de 2022, tendo ainda feito outras certidões informativas sobre o descumprimento das regras.

Agora, o Conselho Nacional de Justiça irá investigar por que Paulo Sérgio de Lima não voltou à prisão após violar a tornozeleira eletrônica.

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