Política

Quase metade das brasileiras acredita que não é tratada com respeito, aponta pesquisa

O levantamento do DataSenado e da Nexus indica que a rua, o trabalho e a casa seguem como espaços recorrentes de desrespeito às mulheres

Quase metade das brasileiras acredita que não é tratada com respeito, aponta pesquisa
Quase metade das brasileiras acredita que não é tratada com respeito, aponta pesquisa
Foto: Joédsol Alves/Agência Brasil
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Um novo levantamento do DataSenado e da Nexus, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, do Senado, aponta que 46% das mulheres brasileiras acreditam que não são tratadas com respeito no País.

A 11ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, divulgada nesta terça-feira 9, contou com 21.641 entrevistas com mulheres acima de 16 anos, em todas as regiões do Brasil. A percepção de desrespeito segue estável desde 2023, assim como o dado de que 94% das entrevistadas consideram o Brasil um país machista. Desde 2017, esse índice nunca esteve abaixo de 90%.

Quase metade das entrevistadas (49%) afirma que as mulheres não são respeitadas nas ruas. Desde 2011, esse é o ambiente mais mencionado como local de desrespeito. Não houve alteração significativa em relação ao ambiente de trabalho, que permanece como o segundo espaço mais citado, com 24%.

Já a percepção de que o desrespeito é maior dentro de casa subiu quatro pontos percentuais: agora, 21% das entrevistadas entendem que as mulheres não são respeitadas no ambiente familiar. Além disso, oito em cada dez mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou no País (79%). Apenas 11% avaliam que as mulheres sempre denunciam seus agressores.

As diferenças na percepção de respeito variam de acordo com a região e o nível de escolaridade. No Sul, 53% das mulheres afirmam que “às vezes” as mulheres não são tratadas com respeito. Na sequência vem o Nordeste, onde metade das entrevistadas (50%) compartilha essa percepção. O Sudeste aparece logo atrás, com 48%, seguido de Centro-Oeste (44%) e Norte (41%). Apesar das variações, em todas as regiões há uma presença significativa de mulheres que percebem o desrespeito no cotidiano.

Os dados analisados a partir do grau de escolaridade revelam desigualdades mais evidentes. Entre as mulheres não alfabetizadas, 62% afirmam que as mulheres não são tratadas com respeito, índice superior ao registrado entre as que concluíram o ensino superior (41%). Considerando mulheres com diploma universitário, apenas 8% dizem que as mulheres são plenamente respeitadas.

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