Sociedade

Protesto contra a Copa do Mundo em SP termina com mais de 140 presos

Manifestantes em hotel na rua Augusta relataram excessos da Tropa de Choque. País teve protestos marcados pela baixa adesão

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Mais de dez capitais foram palco, no último sábado 25, de manifestações contra a realização da Copa do Mundo. Em São Paulo, Fortaleza e Natal, onde os protestos tiveram maior adesão, houve confronto entre os participantes e a Tropa de Choque da Polícia Militar.

Na capital paulista, a manifestação teve inicio no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e reuniu cerca de 2,5 mil pessoas. Pouco depois das 17h, o protesto seguiu para o centro da cidade, onde alguns manifestantes quebraram os vidros de estabelecimentos comerciais e agências bancárias no entorno da rua Barão de Itapetininga. Um carro pegou fogo e uma viatura da Guarda Civil Metropolitana foi danificada.

Segundo a PM, 146 pessoas foram detidas, mas liberadas na madrugada deste domingo. Segundo informações da radio CBN, a PM vai abrir um inquérito para individualizar a conduta de cada manifestante. Cerca de 10% dos presos eram menores de idade.

Na noite de sábado, na rua Augusta, a Tropa de Choque da PM disparou bombas de efeito moral e balas de borracha. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, agentes entraram em confronto com manifestantes que se refugiavam em um hotel no local. Todos acabaram sendo levados ao 78º DP.

Segundo relataram os detidos ao jornal, houve excessos de violência da policia na ação. De acordo com os manifestantes, os agentes não estavam identificados e dispararam balas de borracha em pessoas já rendidas no hotel. Um deles relatou ter visto uma mulher grávida recebendo tapas no rosto de um policial. A polícia negou os excessos.

Em Fortaleza, cinco viaturas do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), com agentes fortemente armados, fizeram uma revista nos manifestantes antes que eles saíssem do local de concentração, na estátua Iracema Guardiã, na Praia de Iracema. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, os agentes impediram 30 jovens de prosseguir no protesto e deteve dois lideres para investigação, que foram liberados no inicio da noite. Foram recolhidos mil panfletos contra a Copa, uma bandeira nacional e cartazes. Também segundo o jornal, ao final do protesto, alguns participantes queimaram lixeiras e quebraram placas de transito. Não houve registro de feridos.

O protesto contra a Copa em Natal terminou com 15 detidos. A manifestação ocorreu em frente ao estádio Arena das Dunas, recém-inaugurado pela presidenta Dilma Rousseff. Segundo a Folha de S.Paulo, um grupo tentou invadir o estádio e ateou fogo a uma tenda montada próxima ao local. Os detidos foram levados à delegacia sob acusação de danos ao patrimônio publico.

No Rio, 300 manifestantes se concentraram em frente ao Copacabana Palace, na zona sul. Quando a passeata chegou ao final da praia houve correria e enfrentamento entre policiais e manifestantes.

Em outras capitais, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba, os eventos convocados pelo Facebook com o lema “Se não tiver direito, não vai ter Copa” foram marcados pela baixa adesão. Em Brasília, por exemplo, havia 200 policiais trabalhando para conter a manifestação que não chegou a reunir 60 pessoas.

Na capital mineira, 40 manifestantes se reuniram na praça Sete, no centro, e um grupo de aproximadamente 10 pessoas bloqueou parte da avenida Afonso Pena. Em Porto Alegre, apesar das mais de 2 mil confirmações no evento do Facebook, o protesto teve aderência de apenas 30 pessoas em frente ao prédio da Prefeitura Municipal.

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