Sociedade

Promoção de igualdade de gênero é urgente para 3 em cada 4 brasileiros

Considerando-se apenas as mulheres, o índice de quem considera a promoção dessas políticas importantes cresce para 78%

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Para ao menos 75% dos brasileiros, o desenvolvimento de políticas de promoção de igualdade entre homens e mulheres é de “grande ou extrema importância”. Considerando-se apenas as respostas das mulheres, o índice sobe para 78%. Os dados são de um pesquisa do Ibope em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, divulgada nesta terça-feira 14.  

Os números são semelhantes quando aplicado um recorte por raça ou cor. Para 75% dos brancos, 74% dos pretos e pardos e 78% das pessoas que se autodeclaram de outra raça/cor (amarelos e indígenas, por exemplo), o desenvolvimento de políticas públicas de igualdade de gênero tem muita ou extrema importância.

A demanda por igualdade de gênero é alta e homogênea, na análise da socióloga e especialista em pesquisa de opinião, Fátima Jordão. 

“Em um país racista como o nosso, a desigualdade de gênero é uma preocupação importante para 3 em cada 4 brasileiros. Esse dado reforça a necessidade de debater e propor políticas para tornar as cidades mais igualitárias especialmente para as mulheres negras, que sofrem mais os efeitos das discriminações”, disse Fátima, em nota.

O estudo faz parte da agenda “Cidades 50-50: Todas e todos pela igualdade”, uma iniciativa para que gestores municipais assumam compromissos para a promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres nas cidades.

O projeto é uma iniciativa liderada pela ONU Mulheres com a parceria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos e do Grupo de Pesquisa Demodê, da Universidade de Brasília (UnB).

Para a pesquisa, foram ouvidas 2.002 pessoas acima de 16 anos, em 143 municípios, entre os dias 16 e 20 de fevereiro. O levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais.

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, as informações estão de acordo com os desafios assumidos pelo governo brasileiro na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

“Passamos a ter dados sobre as percepções de brasileiras e brasileiros sobre as suas condições de vida no contexto das relações de gênero, assim como a indicação sobre o que deve ser feito por prefeitas e prefeitos em áreas fundamentais da vida de uma cidade”, disse, em nota.

Os resultados indicam o nível de prioridade que os atuais prefeitos e vereadores devem dar a diversas áreas avaliadas em nível macro e a partir de questões específicas: oportunidades de acesso e desenvolvimento na educação e na cultura, oportunidades de acesso ao mercado de trabalho e aos mesmos salários e possibilidades de atuação nos partidos políticos e nos governos.

Dados segmentados

Para a ONU Mulheres, a análise dos dados segmentados por gênero evidencia como as mulheres tenderão a cobrar mais reconhecimento e garantia de direitos às novas gestões das prefeituras e legislativos municipais.

“A pesquisa indica que prefeitas, prefeitos, vereadoras e vereadores devem olhar com muita atenção as demandas das mulheres, que têm estado à frente de manifestações de rua, ocupações de escolas e são mais de metade da força de trabalho no país.”

De acordo com o estudo, 81% das mulheres consideram muito ou extremamente importante a igualdade no mercado de trabalho, enquanto 73% dos homens têm a mesma opinião.

Os mesmos percentuais (81% das mulheres e 73% dos homens) avaliam que o “acesso e desenvolvimento na educação e na cultura” são muito/extremamente importantes na garantia de igualdade de gênero.

Além disso, 72% das mulheres e 65% dos homens percebem como muito ou extremamente importante o desenvolvimento de políticas de incentivo à participação das mulheres em igualdade de condições e oportunidades nos partidos políticos e governos.

(Com informações da Agência Brasil) 

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