Sociedade
Professora que fez saudação nazista realizou campanha para Bolsonaro na escola
CartaCapital questionou o colégio sobre a campanha em prol do ex-capitão, mas não obteve resposta
A professora Josete Biral, que fez uma saudação nazista durante sua aula em uma escola particular de Ponta Grossa, no Paraná, costumava fazer campanha para Jair Bolsonaro (PL) nas dependências da escola. O relato é amparado por um vídeo que circula nas redes sociais em que a mulher aparece com uma bandeira do Brasil na janela da sala de aula.
Nas imagens, é possível ver Josete tremulando a bandeira pela janela enquanto alguém não identificado responde aos gritos de ‘mito’. Novamente, o vídeo foi gravado por alunos durante uma aula ministrada por ela no Colégio Sagrada Família. Segundo um professor, sob condição de anonimato, a ação teria ocorrido no dia 30, na aula que antecedeu o primeiro turno. Os alunos são do terceiro ano do ensino médio e, portanto, em maioria, já estão aptos a votar.
“É um prédio grande ali, é um dos maiores colégios de Ponta Grossa. No prédio ela coloca a mão pra fora com uma bandeira verde e amarela e começa a balançar”, conta o professor em entrevista, por telefone, ao canal de Youtube do economista Eduardo Moreira.
Ainda na conversa, o professor diz que há alguns dias os vídeos de Josete em sala, pedindo votos para Bolsonaro, circulam entre alunos e geram ‘mal-estar’ entre os professores. “Caramba, tem uma colega nossa com uma postura dessa dentro do colégio. E, pior, dentro da sala de aula, na condução dos alunos”, comenta.
Em outra foto de Josete que circula nas redes sociais, é possível vê-la com adesivos que trazem o rosto do presidente Jair Bolsonaro e seu número nas urnas. A imagem também teria sido feita em sala de aula.
Após a repercussão do vídeo em que Josete faz uma saudação nazista em sala, o Colégio Sagrada Família encaminhou a CartaCapital uma nota oficial alegando ‘não compactuar e não concordar’ com a postura da professora. O texto diz ainda que a escola repudia ‘qualquer manifestação alusiva ao teor do vídeo’. Ao fim, diz que, por se tratar de uma questão interna corporis, ‘foram tomadas as medidas cabíveis ao caso’. Não fica claro, no entanto, quais são as ações.
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CartaCapital questionou o colégio sobre a campanha pró-Bolsonaro realizada nas dependências da instituição, mas não obteve resposta.
Em seu perfil no Facebook, Josete mantém centenas de publicações a favor do ex-capitão. Ela costuma ainda compartilhar uma série de notícias falsas contra o ex-presidente Lula. Em várias publicações é possível ver o selo de agências de checagem desmentindo as alegações.
Em publicações recentes, Josete fez apenas uma referência ao episódio em que promove uma saudação nazista, ao responder um comentário de uma seguidora. A mulher dizia conhecer a professora e que a filmagem seria ‘inconsequente’ e estaria ‘fora de contexto’. Josete então responde: “seres de luz irradiam brilho e verdade. Assim é você, minha querida”.
Mais cedo, a Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Paraná pediram ‘apuração e punição rigorosa’ no caso. O Museu do Holocausto, também no Paraná, criticou a manifestação da escola por não informar de maneira expressa as medidas tomadas e disse ter direcionado as imagens da saudação nazista para o Ministério Público.
CartaCapital
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