Primeiros desfiles na Sapucaí têm críticas a Bolsonaro e fanatismo religioso

Mangueira aposta em forte cunho político, mencionando “messias de arma na mão” e Jesus de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher"

Jesus no desfile da Mangueira. Foto: Gabriel Nascimento | Riotur

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A primeira noite de defiles do Carnaval do Rio de Janeiro, realizada neste domingo 23, foi marcada por temas como a desigualdade social, críticas a “falsos profetas” e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), além de um Jesus negro e também mulher.

A  Mangueira, escola vencedora do título de 2019, fez o desfile com mais elementos de crítica social e política. Com o samba-enredo “A Verdade vos Fará Livre”, a agremiação usou a trajetória de Jesus Cristo para apresentar na Sapucaí  alguns elementos atuais da sociedade brasileira, incluindo uma crítica direta a Bolsonaro e suas políticas.

A letra do samba menciona que “não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão”, em referência a políticas armamentistas do presidente, cujo nome completo é Jair Messias Bolsonaro.

O samba cita um Jesus de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher”, mencionando ainda “profetas da intolerância” que não sabem que a “esperança brilha mais que a escuridão”.

A rainha da bateria Evelyn Bastos representou Jesus como mulher. E a comissão de frente mostrou um Jesus pobre e com apóstolos negros.


A escola também montou a ala “Bandido Bom é Bandido Morto”, retratando que a violência costuma vitimar jovens pobres e negros no Brasil.

Outros destaques

O desfile da Acadêmicos do Grande Rio narrou a história de Joãozinho da Gomeia, pai de santo negro e homossexual que ganhou reconhecimento nacional como líder religioso. Já a Tuiuti fez uma crítica à violência na cidade do Rio, trazendo uma faixa “Vai passar” e dados nas fantasias de figurantes.

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