Sociedade

Pretos e pardos têm menor acesso a saneamento básico no Brasil, mostra IBGE

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira 23 e fazem parte do Censo Demográfico 2022

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O Brasil ainda tem 49 milhões de habitantes que não possuem atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões de pessoas sem água encanada. Os dados, divulgados nesta sexta-feira 23, fazem parte do Censo Demográfico 2022, do IBGE. Os problemas atingem, em sua maioria, pessoas pretas e pardas.

Conforme citado, ao considerar o índice de pessoas autodeclaradas pretas, pardas e indígenas com serviços e condições ideais de saneamento básico, como acesso a rede de esgoto e banheiros, a taxa é inferior do que entre as pessoas amarelas e brancas que vivem no Brasil.

Cerca de 91,8% das pessoas amarelas e 83,5% das pessoas brancas têm acesso a uma rede de esgoto, coleta de lixo e de abastecimento de água adequada em casa. Enquanto, o total das pessoas pretas com essas mesmas condições em casa é de 75%. Entre pardos o índice é 68,9%. Já para os indígenas a parcela cai para apenas 29,9%.

O IBGE explica que essas desigualdades podem, em parte, ser atribuídas à distribuição geográfica dessas populações.

“Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa, em nota sobre os resultados.

No entanto, “em todos os 20 municípios brasileiros mais populosos, a população de cor ou raça branca têm mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo do que a população de cor ou raça preta, parda e indígena”, conclui.

São 39 milhões de pessoas que despejam seus dejetos em fossas rudimentares ou buracos, e mais de 4 milhões têm rios, lagos ou o mar como destino de seu esgoto. 

O restante, mostra o instituto, vai para valas ou outros tipos de locais de descarte não especificados. Outros 1,18 milhão de brasileiros não têm banheiro em casa. 

O Norte é a região do Brasil com o menor percentual da população com acesso a uma estrutura adequada de saneamento básico: são só 46,4% –menos da metade dos seus 17,2 milhões de habitantes. Já o Sudeste lidera com 90,7% de acesso. 

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