Prefeitura do Rio de Janeiro cancela festa do réveillon 2021

'A festa será a da esperança por bons resultados das vacinas para conter a pandemia', anunciou a gestão Marcelo Crivella

Foto: Fernando Maia/RioTur/AFP

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A festa oficial de fim de ano no Rio de Janeiro, que deveria ocorrer em formato reduzido e transmitida pela internet, foi cancelada devido ao recrudescimento da pandemia, anunciou a Prefeitura nesta terça-feira 15.

 

 

O plano dos tradicionais festejos, com música e queima de fogos, que anualmente atraem multidões para a Praia de Copacabana, já tinha sofrido alterações por causa da Covid-19, que matou mais de 23.700 pessoas no estado do Rio e voltou a pressionar o sistema de saúde.

“Embora o Réveillon Rio 2021 tenha sido projetado em um novo formato diferente daquele tradicional como há anos é praticado na cidade, isto é, sem presença de público, sem queima de fogos e feito para ser acompanhado pela TV e pelas mídias digitais, neste momento, a Prefeitura opta pelo cancelamento do evento da virada do ano em respeito a todas as vítimas e em favor da segurança de todos”, anunciou a Prefeitura em comunicado.


“Esta é uma decisão necessária para a proteção de todos. A festa será a da esperança por bons resultados das vacinas para conter a pandemia. Será ainda um momento de reflexão sobre um ano difícil, de luta, com lamentáveis perdas de tantas pessoas. E será também hora de dar graças a Deus pelas vidas salvas”, acrescentou o prefeito Marcelo Crivella, que por enquanto não decretou novo fechamento de lojas, bares, restaurantes e praias.

O Carnaval de 2021 também foi cancelado, mas existe a possibilidade de que seja realizado fora de época, caso a população possa se vacinar.

O estado do Rio, com 17 milhões de habitantes, detém a maior taxa de mortalidade por Covid-19 do Brasil: 138 por 100.000 habitantes, contra 87 em todo o país e 96 em São Paulo, o estado mais populoso.

O país superou os 180.000 óbitos e enfrenta desde novembro um repique da pandemia.

O governo brasileiro assegura que tem garantido o acesso a 300 milhões de doses de vacinas, principalmente a desenvolvida pela Universidade de Oxford em aliança com o grupo AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a iniciativa internacional Covax Facility. Negocia, também, outras 70 milhões de doses com a Pfizer.

Mas todo o plano de vacinação, cujos detalhes serão anunciados ainda esta semana, tem sido afetado por disputas políticas entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, seu possível adversário nas eleições de 2022.

Enquanto Doria defende a inclusão no plano nacional a vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório privado chinês Sinovac em associação com o Instituto Butantan, Bolsonaro tem tentado desprestigiá-la, alegando que se trata de uma manobra política de seu adversário e do regime comunista chinês.

 

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