Prefeitura de Taboão da Serra (SP) exonera secretário que agrediu mulher com soco no rosto

A Prefeitura de Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, decidiu exonerar nesta quarta-feira 19 o secretário de Segurança e Defesa Social, Rodrigo Falcão, após a divulgação de um vídeo em que ele agride uma mulher com um soco no rosto durante uma abordagem policial em 2020. À época, Falcão era delegado no município.

Em nota enviada à reportagem, a Prefeitura diz já ter instaurado um processo administrativo para apurar a conduta do ex-secretário e afirma que “não compactua com nenhum tipo de violência contra a mulher”.

“Todos e quaisquer atos de competência Estadual deverão ser apurados pelo Governo do Estado de São Paulo, conforme preceitua os ordenamentos jurídicos.”

A gravação, feita por câmeras de segurança, mostra o então delegado, acompanhado de guardas civis, dando um soco no rosto de uma mulher. Segundo a Prefeitura, o caso ocorreu durante a pandemia, quando a Guarda Civil Municipal e a Polícia Civil foram chamadas para atender a uma denúncia de perturbação em um bar. Naquele período, as restrições vetavam aglomerações, a fim de conter a disseminação da Covid-19.

Ainda de acordo com a Prefeitura, a conduta dos guardas municipais também será investigada, devido ao fato de eles não deterem o delegado após a agressão. O Termo Circunstanciado, registrado no 1º Distrito Policial da cidade, não menciona o episódio e atribui à mulher os crimes de “desacato” e “resistência”.

Rodrigo Falcão foi nomeado secretário em agosto de 2021 pelo prefeito José Aprígio da Silva (Podemos). Em diversas postagens nas redes sociais, ele indica qual seria a ordem aos guardas civis do município.

“Tomara que venha o penta. Ladrão de moto tem q ser tratado como inseto. A ordem aqui em Taboão da Serra é que não tem ideia. Não tem pinote!!! Caso cruzem com os nossos Guardas a ordem é a mesma!”, escreveu recentemente em um post .

O ex-secretário também é acusado de assédio moral contra guardas civis de Taboão, segundo a Associação dos Guardas e Servidores do Estado de São Paulo.

CartaCapital entrou em contato com Rodrigo Falcão, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.