Sociedade

Povos de religiões de matriz africana se organizam em repúdio à invasão bolsonarista em Brasília

Nota de mais de 300 organizações de povos de terreiro condena os atos de barbárie na Praça dos Três Poderes

Foto: Amanda Oliveira/GOVBA
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Nesta segunda 9, os “Povos e Comunidades de Terreiros das Tradições das Raízes Africanas, afro-indígenas e Nações de Candomblé”, organização que reúne mais de 300 templos, institutos e representações de matriz africana, manifestaram-se por meio de uma nota de repúdio posicionando-se coletivamente contrários à invasão de bolsonaristas aos edifícios dos Três Poderes em Brasília.

Na nota, os Povos e Comunidades de Terreiros das Tradições das Raízes Africanas, afro-indígenas e Nações de Candomblé destacam que “neste momento, não podemos nos esquivar de uma posição política, também, em nome dos nossos ancestrais e apoiar uma democracia constituída com uma história de resistência de todos os brasileiros”.

“Os ataques não são somente aos prédios públicos onde estão instalados os Três Poderes da República, mas são agressões a toda sociedade brasileira, que via eleições livres e transparentes, para deputados, senadores, governadores e presidente da República, proporcionaram a escolha dos seus legítimos representantes”, complementam.

E finalizam: “clamamos justiça ao Orixá Xangô: aquele que faz fogueira com os ossos dos mentirosos” e “derruba com pedras de raio a casa dos malfeitores”, e “manifestamos irrestrita solidariedade às autoridades representantes das principais instituições da República e a todo povo brasileiro”.

Dentre as organizações signatárias, estão a Coalizão Negra por Direitos, a UNEAFRO Brasil, o Instituto Aruanda, as tradicionais casas de candomblé como o Terreiro da Casa Branca, conhecido como o primeiro terreiro de candomblé da história do Brasil, o Ilê Obá Ogunté, institutos de pesquisa como o Laroyê Unifesp, o Kekerê Uerj. Já entre as autoridades dos povos de terreiro, estão o doutor em Semiótica e babalorixá Sidnei Barreto Nogueira e o jurista Hédio Silva Jr.

A religiosidade esteve no bojo das últimas eleições. Na última semana, o presidente Lula sancionou a lei 14.519, que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, o dia 21 de março.

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