Até há pouco tempo, não se ouvia falar em psicodélicos fora de determinados círculos ou contextos, havia uma capa de silêncio e tabu que envolvia o tema. Esse tempo ficou para trás e o assunto se tornou mainstream no mundo. A velocidade com que os psicodélicos invadiram da mídia às rodas de conversa, por meio de livros, séries e estudos nas universidades, faz com que um número enorme e inédito de cidadãos esteja interessado em tratar patologias mentais com essas ferramentas. Nem todas, infelizmente, conseguem de fato ser tratadas.
Um dos motivos é a legislação, ainda muito restrita no Brasil, e o outro, o enorme gargalo na oferta de profissionais treinados e preparados para atender a uma demanda tão nova quanto avalassadora. Esse tem sido um problema também no Canadá e na Austrália, onde a partir de 1º de julho a psilocibina e o MDMA, substância base das pastilhas de ecstasy, droga habitué de festivais de música eletrônica, serão autorizados em contexto medicinal. Nos Estados Unidos também há apreensão em relação à quantidade de profissionais disponíveis e a qualidade de sua formação à medida que os tratamentos se aproximam da aprovação regulatória nacional, coisa que deve acontecer até o início de 2024 com a aprovação do MDMA, em fase avançada de estudos, e da psilocibina, logo em seguida.
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