Sociedade

Porta-voz da PM do Rio é exonerada após atacar jornalista em vídeo

Tenente-coronel Gabryela Dantas gravou um vídeo criticando pessoalmente o repórter Rafael Soares, após publicação de reportagem

Porta-voz da PM do Rio é exonerada após atacar jornalista em vídeo
Porta-voz da PM do Rio é exonerada após atacar jornalista em vídeo
Tenente-coronel Gabryela Dantas foi exonerada como , porta-voz da corporação. Foto: Reprodução/Twitter. Tenente-coronel Gabryela Dantas foi exonerada como , porta-voz da corporação. Foto: Reprodução/Twitter.
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A tenente-coronel Gabryela Dantas foi exonerada do cargo de porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro nesta quarta-feira 9 pelo governador em exercício, Cláudio Castro (PSC). A decisão foi tomada após a tenente gravar um vídeo criticando pessoalmente o repórter Rafael Soares, que publicou uma matéria no jornal Extra em que tratava sobre o aumento do uso de munições no 15º Batalhão da Polícia Militar, em Duque de Caxias.

Policiais lotados no batalhão são investigados pelos homicídios das meninas Emilly Victória Silva dos Santos, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7 anos, assassinadas na porta de casa enquanto brincavam na sexta-feira 4.

No vídeo, além de qualificar o trabalho do jornalista como “covarde e inescrupuloso”, a porta-voz estimula a sociedade a compartilhar a postagem, o que provocou uma onda de ataques ao profissional.

A exoneração foi definida após conversa por telefone entre Castro, o comandante do batalhão investigado e o secretário de Polícia Militar, José Rogério Figueredo, que oficializará a saída. Segundo a PM, a decisão de gravar o vídeo foi tomada pela própria tenente-coronel.

Após o ocorrido, os jornais Extra e O Globo divulgaram uma nota criticando a conduta de Gabryela Dantas. “Faz parte da prática jornalística diária lidar com críticas, contestações e pedidos de reparação de alguma informação. No entanto, a Editora Globo repudia os ataques feitos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, que, por meio de um vídeo oficial, classificou o repórter como inimigo da corporação e incentivou a população a divulgar vídeo. Não é papel de uma instituição de Estado atacar pessoalmente um profissional nem incitar a população contra ele”, afirma um trecho do texto.

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