Políticos lamentam a morte de dom Cláudio Hummes: ‘Desafiou a ditadura para proteger operários’

Pesar pela morte do cardeal de 87 anos foi manifestado por Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB)

Foto: Andreas SOLARO / AFP

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O ex-presidente Lula (PT) lamentou, nas redes sociais, a morte de dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e ‘grande amigo’ do papa Francisco. Aos 87 anos, Hummes faleceu nesta segunda-feira 4, após ‘prolongada enfermidade’, conforme comunicou a arquidiocese paulista,

Sobre a passagem de Hummes, Lula manifestou pesar e relembrou o episódio que viveu junto ao cardeal em 1979, auge da Ditadura Militar no País, em que o religioso abriu as portas da igreja para proteger sindicalistas e operários da repressão das Forças Armadas.

“Seu amor incondicional ao próximo levou-o a se colocar sempre ao lado dos pobres, mesmo em situações adversas. […] Durante as greves do ABC, nos anos 70, desafiou a ditadura abrindo as portas da diocese de Santo André aos operários, para protegê-los da repressão”, escreveu Lula.

Ciro Gomes (PDT) foi outro dos presidenciáveis a publicar nota de pesar ao falecimento do cardeal. Na mensagem, o pedtista relembrou o papel de Hummes na preservação ambiental.

“Meu profundo pesar pela morte de Dom Cláudio Hummes, uma grande perda para o Brasil, para a Igreja Católica e principalmente para os brasileiros mais pobres e para a causa ambiental no mundo”, escreveu o político.

Em setembro de 2019, o cardeal Hummes desempenhou um papel de liderança durante o Sínodo sobre a Amazônia, do qual foi relator. O sínodo ocorreu em meio ao aumento recorde no número de queimadas na região. Na ocasião, Hummes foi um ferrenho defensor da demarcação das terras indígenas, tema que retrocedeu durante toda a gestão de Jair Bolsonaro.


Até março deste ano, ocupou o cargo de Presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama). Ele também presidiu a Comissão Episcopal para a Amazônia, da Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB).

O tema da preservação ambiental, encabeçado por Hummes, também motivou nota de pesar da presidenciável Simone Tebet (MDB), que reforçou compromissos com a pauta:

“Hoje perdemos Dom Cláudio Hummes. […] Em sua homenagem, reforço meu compromisso com o projeto Amazônia 2030, para reconstruir o Brasil com políticas ambientais sérias, participação mais ativa na defesa da vida e do meio ambiente, que protejam a nossa biodiversidade e preservem os recursos naturais do nosso país”, publicou a senadora.

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