Sociedade

PMs ameaçam delegado que prendeu sargento por tortura

Laudos do IML constataram que suspeito de assalto teria levado choques nos genitais, além de apresentar escoriações pelo corpo

Grupo de policiais militares protestaram contra a prisão de um sargento da PM por tortura e ameaçaram o delegado em frente à delegacia
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O sargento da Polícia Militar Charles Otaga foi preso nesta terça-feira 20 em uma delegacia de Itaquera, zona leste de São Paulo, acusado de torturar um suspeito de roubo. O episódio fez com que diversos policiais militares se mobilizassem em frente à delegacia à noite, protestanto contra a prisão do colega.

O delegado do 103º DP, Raphael Zanon, autuou tanto o jovem, acusado de assaltar 60 reais com uma arma de brinquedo, quanto o policial por tortura. Laudos do Instituto Médico Legal atestam que o suspeito Afonso Carvalho Trudes teria sido agredido com choques no pênis, bolsa escrotal, pescoço e na perna. Ele teria ainda machucados na região da costela e lesões na nádega esquerda e nas coxas.

Zanon chegou a deter três PMs por conta do episódio, mas, após prestarem depoimento, um soldado e um cabo foram liberados. O sargento Charles Otaga permaneceu detido e foi transferido na madrugada desta quarta 21 para o presídio Romão Gomes. Ele deixou a delegacia sob aplausos de policiais militares que se organizaram, por meio das redes sociais, para ficarem em frente à delegacia em apoio a ele.

Fernando Pittner, advogado do sargento Charles Otaga, argumentou que as escoriações de Trudes seriam decorrência do fato de ele ter sido colocado em uma viatura junto com a bicicleta que usava. O cerco ao local fez com que o delegado Raphael Zanon deixasse a delegacia sob escolta durante a madrugada.

O deputado estadual Coronel Telhada (PSDB) criticou o delegado e disse que irá tomar providências, pois “se todo delegado tiver esta atitude acho que acabou a polícia”, disse à Folha de S. Paulo. Outro deputado paulista da bancada da bala, o Delegado Olim (PP), defendeu a prisão do sargento e do jovem e disse que a lei foi cumprida.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, responsável pelas polícias militar e civil, diz que está apurando o caso.

Com informações da Folha de S. Paulo e G1

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