Sociedade

Polícia ofereceu delação premiada aos suspeitos de matar Marielle Franco

A expectativa era que os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz apontassem o nome de um possível mandante. A dupla negou o acordo

Ronnie Lessa e Élcio Vieira, apontados como executores da vereadora Marielle Franco (Foto: Reprodução/Rede Globo)
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro ofereceu, no dia 5 de novembro, acordo de delação premiada aos dois principais suspeitos da morte da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. A corporação usou a tática para fazer com que a dupla apontasse o nome de um possível mandante do crime. Em troca, teriam benefícios como uma eventual redução de pena. Lessa e Queiroz, no entanto, recusaram o acordo e voltaram a dizer que não têm participação nos homicídios.

A dupla foi questionada se se sabia o nome de alguém que pudesse ter ordenado o crime, e ainda respondeu sobre uma série de políticos e milicianos do Rio – inclusive aqueles que, de acordo com as investigações, fariam parte do Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel que estaria por trás de diversos homicídios ligados às disputas da contravenção e que jamais foram esclarecidos.

Lessa e Queiroz também negaram ter relação com o porteiro Alberto Mateus, que trabalha no condomínio onde Ronnie Lessa morou. O local é o mesmo que reside o presidente Jair Bolsonaro. Em outubro, em depoimento à Polícia Civil, o porteiro mencionou o nome de Bolsonaro no caso ao dizer que, no dia 14 de março de 2018, quando Marielle e Anderson foram mortos, foi “seu Jair” quem autorizou a entrada do suspeito Élcio de Queiroz no condomínio. Segundo as investigações, Élcio e Ronnie saíram dali para cometer o crime naquela noite. Em novos depoimentos à Polícia Federal, Alberto Mateus afirmou que se enganou ao mencionar o nome de Bolsonaro à Polícia Civil.

Os suspeitos foram ouvidos no presídio de Porto Velho, em Rondônia, onde estão presos desde junho. Eles também passaram  por Bangu 1, no Rio, e pela penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O depoimento faz parte das investigações da Polícia Civil sobre a existência de um mandante da morte de Marielle. A oitiva foi realizada um mês depois da dupla ser ouvida no âmbito do processo em que são réus por homicídio triplamente qualificado.

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