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Polícia investiga a morte do líder da última reserva extrativista de mangaba em Aracaju

Segundo relatos, o corpo de Uilson de Sá possuía marcas de violência e tinha os pés e as mãos amarradas

Polícia investiga a morte do líder da última reserva extrativista de mangaba em Aracaju
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Reprodução/Redes sociais
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A Polícia Civil de Aracaju investiga a morte do padre Uilson de Sá da Silva, de 47 anos, um dos líderes da Reserva Extrativista das Mangabeiras Pe. Luiz Lamper, a última em atividade na capital sergipana. Ele foi encontrado morto por familiares na tarde desta segunda-feira 28 em sua casa, na Zona Norte da cidade.

Segundo relatos, Uilson possuía marcas de violência pelo corpo e tinha os pés e as mãos amarrados. A polícia não descarta nenhuma linha de investigação.

Alvo de ameaças pela atuação contra a urbanização da região onde está localizada a reserva, Uilson passou a integrar, em 2018, o Programa de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos, do Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos, e a receber atendimento individualizado de policiais.

A reportagem apurou que o padre já havia comunicado a integrantes da Associação de Catadores e Catadoras de Mangaba que sairia da presidência da organização por temer a própria vida.

Nas redes sociais, parlamentares sergipanos se manifestaram sobre o caso. O deputado federal Márcio Macedo (PT) escreveu que Uilson foi “uma importante liderança do Santa Maria que defendia os moradores que sobrevivem do extrativismo das mangabeiras da região”.

Já a deputada estadual eleita Linda Brasil (PSOL) cobrou celeridade nas investigações.

As investigações estão sendo conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. O Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil também acompanham o caso. O velório deve acontecer na Reserva Extrativista de Mangaba Pe. Luiz Lamper, segundo familiares.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SE, Lilian Jordeline, afirmou a CartaCapital que o Ministério Público Federal pediu apoio complementar pericial à Polícia Federal, uma vez que já tramitava na Justiça Federal uma ação civil pública envolvendo os conflitos do território onde a reserva está localizada.

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