Sociedade
Polícia do RJ deflagra nova operação contra o Comando Vermelho
Agentes prenderam, nesta terça-feira, o homem apontado como ‘mentor das barricadas’
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta terça-feira 18, um homem apontado como ‘mentor das barricadas’ montadas pelo Comando Vermelho no estado. As estruturas visam dificultar a circulação nas áreas comandadas pela facção.
A ação faz parte da nova fase da Operação Contenção, que na primeira etapa deixou mais de 120 mortos no Alemão e na Penha.
Em nota, a Polícia informou que o homem que se apresentava como empresário da reciclagem usava empresas de ferro velho para lavar o dinheiro do crime organizado e financiar a instalação e reconstrução das barricadas.
“O principal alvo da operação, o ‘Mentor de Barricadas’, se apresentava como empresário do ramo da reciclagem. As investigações, porém, revelaram que ele liderava o braço financeiro da organização criminosa, financiava o Comando Vermelho, lavando dinheiro oriundo da receptação de cobre, fornecia materiais para construção e reforço de barricadas e atuava como elo entre os ferros-velhos e o tráfico, promovendo a integração logística e financeira da facção”, descreve a PCERJ.
A identidade do preso não foi revelada oficialmente pela Polícia. O site G1, no entanto, confirmou com fontes ligadas à operação que o alvo é Cosme Rogério Ferreira Dias. Sua esposa, Cyntia dos Santos Ferreira, também foi presa. Juntos, teriam movimentado 217 milhões de reais, “valor incompatível com as atividades declaradas”. A defesa do casal não foi localizada.
Além da dupla, os agentes prenderam outras 14 pessoas ligadas ao crime. “O objetivo é atacar a estrutura financeira e logística da facção”, explica a corporação.
Oito empresas de reciclagem foram interditadas. O bloqueio de bens também foi determinado.
Cobre roubado
Ainda segundo a Polícia Civil, parte dos recursos usados nas barricadas vem da compra e venda de cobre furtado.
“A apuração comprovou que ferros-velhos ligados ao tráfico de drogas funcionavam como núcleos de lavagem de dinheiro e de apoio operacional, sendo fundamentais também para financiar a instalação e reconstrução de barricadas”, diz um trecho do comunicado sobre a investigação.
O dinheiro também era usado para “custear atividades de vigilância armada” e fazer a “manutenção de pontos de venda de drogas”. As ações auxiliam o CV no “controle territorial em comunidades da Zona Norte, Baixada Fluminense e Região Metropolitana”.
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