Sociedade
Polícia Civil indicia por tentativa de homicídio o PM que atirou homem de ponte em São Paulo
O caso deve ser encaminhado à Justiça nos próximos dias


A Polícia Civil de São Paulo indiciou o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, acusado de jogar um homem de cima de uma ponte na capital paulista, por tentativa de homicídio. O agente está preso preventivamente desde dezembro do ano passado, quando o episódio aconteceu e ganhou repercussão após divulgação de imagens nas redes sociais.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou o indiciamento e disse que o inquérito está em fase de conclusão. O caso deve ser remetido à Justiça “nos próximos dias”. Paralelo a isso, segue em tramitação um procedimento disciplinar dentro da corporação.
O episódio aconteceu na madrugada de 2 de dezembro do ano passado, no bairro de Cidade Ademar, zona sul da capital paulista, e foi gravado. Luan Pereira foi identificado como o policial que carrega a vítima enquanto outros policiais observam, impassíveis.
Preso em 5 de dezembro, Pereira já tinha sido alvo de outro indiciamento, ainda em dezembro do ano passado. Na ocasião, pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, também por tentativa de homicídio. Outros seis agentes foram indiciados no inquérito: um por lesão corporal, um por peculato culposo e quatro por prevaricação.
Em depoimento, Marcelo do Amaral, a vítima dos PMs, disse que, antes de ser arremessado da ponte, também foi ameaçado pelo agente, além de ser agredido com golpes de cassetete na cabeça e nas costas. “Você tem duas opções: pula da ponte ou eu jogo você e sua moto daqui”, teria dito o policial.
Amaral declarou, também, que trafegava com sua moto quando notou a presença de muitos policiais na Avenida Cupecê. Ele diz que não estava em alta velocidade, mas freou e desceu ao observar que os agentes começaram a correr em sua direção, o que também o teria impelido a correr.
À polícia, a vítima disse que o policial o levou arrastado até a ponte e apresentou as “opções” de saltar ou ser lançado. Ele chegou a afirmar ao agente que não era ladrão e que sua moto não era roubada, antes de ser arremessado por Pereira.
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