Sociedade
Polícia apreende adolescente que atirou coquetel molotov em morador de rua no Rio
O caso, que aconteceu na terça-feira 18, foi transmitido ao vivo via plataforma Discord
A Polícia Civil apreendeu, na quinta-feira 20, um adolescente de 17 anos suspeito de atacar um homem em situação de rua com dois coquetéis molotov em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.
O caso, que aconteceu na terça-feira 18, foi transmitido ao vivo via plataforma Discord, um aplicativo de mensagens popular entre os jovens, onde o adolescente fazia parte de comunidades ligadas a crimes de ódio.
A vítima, identificada como Ludierley Satyro José, de 46 anos, sofreu queimaduras em quase todo o corpo e está internado no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Seu estado de saúde é considerado estável.
Segundo a Polícia, a quadrilha responsável por incitar crimes de ódio nas redes sociais já vinha sendo investigada pelos agentes; diante do caso, os policiais fizeram cruzamentos de dados de inteligência e cibernéticos, e confirmaram a identidade do autor.
Investigações preliminares apontam que o caso foi motivado por um desafio pactuado pela plataforma Discord e o adolescente receberia 2 mil reais de um indivíduo não identificado. Na rede, o suspeito utilizava o codinome ‘Eu odeio favela’.
Durante a apuração, um familiar do adolescente, que o reconheceu por meio das imagens divulgadas nas redes sociais, compareceu à delegacia para contribuir com o caso. O adolescente foi apreendido na casa da avó.
Com o adolescente, os policiais apreenderam um aparelho celular com conteúdo de pornografia infantil e apologia ao nazismo. Já na casa do suspeito, os agentes encontraram itens utilizados no crime, como toucas, máscaras, luvas e uma faca, itens usados no crime.
Agora, a polícia busca identificar os espectadores da transmissão e o cúmplice que filmou as imagens. O adolescente foi autuado em flagrante por ato infracional análogo ao crime de armazenamento de conteúdo pornográfico infantil.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Após decisão do STF, Nunes quer mudar nome da GCM de SP para ‘Polícia Metropolitana’
Por Wendal Carmo
Justiça determina que colégios militares tenham cotas raciais e sociais
Por CartaCapital