Economia

Pobreza e extrema pobreza no Brasil caem ao menor patamar da história, aponta IBGE

Segundo o instituto, 8,6 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza e 1,6 deixou a linha da extrema pobreza em apenas um ano

Pobreza e extrema pobreza no Brasil caem ao menor patamar da história, aponta IBGE
Pobreza e extrema pobreza no Brasil caem ao menor patamar da história, aponta IBGE
Foto: Arquivo/Agência Brasil Foto: Arquivo/Agência Brasil
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Em apenas um ano, 8,6 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza e outros 1,6 milhão de brasileiros deixaram a condição de extrema pobreza, segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira 3. O volume deixa o Brasil na melhor condição da série histórica do instituto.

Em termos percentuais, a proporção de pessoas na linha da pobreza (com rendimento domiciliar per capita inferior a 6,85 dólares por dia ou 694 reais por mês) recuou de 27,3% para 23,1% entre os anos de 2023 e 2024. Essa foi a terceira queda consecutiva do indicador, que vem diminuindo, anualmente, desde 2022, após atingir seu percentual mais alto em 2021 (36,8%), na pandemia de Covid-19.

Já a proporção de pessoas na extrema pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a 2,15 dólares por dia ou 218 reais por mês) recuou de 4,4% em 2023 para 3,5% em 2024. Veja os resultados da série histórica do estudo:

Impacto do Bolsa Família

De acordo com a análise do IBGE, o nível de extrema pobreza no Brasil seria quase três vezes maior se não fossem os programas sociais, como o Bolsa Família. O dado aferido, de 3,5%, seria de 10% sem a iniciativa de transferência de renda, segundo o estudo. A ausência dos programas sociais governamentais também elevaria a proporção de pessoas pobres na população de 23,1% para 28,7%.

Além do Bolsa Família, o IBGE destaca o dinamismo do mercado de trabalho em 2024 como fator fundamental nos resultados, especialmente para a redução da pobreza.

Outro dado de destaque citado pelos pesquisadores tem relação com o INSS. As conclusões do estudo apontam que aposentadorias e pensões contribuíram para melhores índices na população de idosos no Brasil. Os dados do IBGE mostram que, na hipótese da não existência desses benefícios previdenciários, a extrema pobreza nesse grupo etário passaria de 1,9% para 35,2% e a pobreza passaria de 8,3% para 52,2%.

Resultados por gênero, raça e região

Proporcionalmente, a pobreza atinge mais às mulheres (24,0%) do que aos homens (22,2%). As taxas de pobreza e extrema pobreza chegaram, respectivamente, a 4,5% e 30,4%, entre as mulheres pretas ou pardas, enquanto entre os homens brancos os percentuais foram de 2,2% e 14,7%.

Em 2024, as pessoas pretas e pardas, juntas, representavam 56,8% do total da população e 71,3% dos pobres do País. Entre as pessoas pretas, 25,8% eram pobres e, entre as pessoas pardas, 29,8% estavam nessa condição, enquanto a prevalência da pobreza entre as pessoas brancas era de 15,1%. Cerca de 3,9% das pessoas de cor ou raça preta e 4,5% das pardas eram extremamente pobres em 2024 (contra 2,2% entre brancos).

Por regiões, o Nordeste teve a maior redução anual na proporção de pobres em sua população: de 47,2% em 2023 para 39,4% em 2024, uma queda de 7,8 pontos percentuais. A proporção de pobres na Região Sul foi a menor do País em 2024: 11,2%.

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