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PMs viram réus por homicídio em Operação Escudo

Com a decisão, sobe para oito o número de policiais réus por envolvimento na operação

PMs viram réus por homicídio em Operação Escudo
PMs viram réus por homicídio em Operação Escudo
Divulgação/Governo do Estado de SP
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O primeiro-tenente Julio Cézar dos Santos, de 38 anos, e o cabo Maykon Willian da Silva, 42, se tornaram réus por um homicídio durante a Operação Escudo, na Baixada Santista, em 2023. A decisão foi da Justiça de São Paulo.

A dupla, que atuava no 4º Batalhão de Ações Especiais, são acusados de atirar contra o homem que já não ofereceria mais perigo. Além disso, também vão responder por supostamente agir para que o local da ocorrência não fosse preservado.

Com a decisão, sobe para oito o número de policiais réus por envolvimento na operação que resultou na morte de 28 pessoas. A determinação da Justiça, do último dia 2 de agosto, foi noticiada inicialmente pelo portal UOL e confirmada por CartaCapital.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que “não comenta decisões judiciais”, mas confirmou que os policiais Julio Santos e Maykon Silva estão afastados das atividades operacionais.

O governo do estado de São Paulo realizou a Operação Escudo em 2023, nos meses de julho a setembro, na Baixada Santista. A ação da polícia deixou 28 civis mortos. A operação foi uma reação à morte, em 27 de julho, do soldado da Polícia Militar Patrick Bastos Reis, pertencente ao Rota, que foi baleado e morto no Guarujá.

Críticas

No início de agosto de 2023, moradores de bairros onde ocorreram as mortes decorrentes da Operação Escudo, na cidade do Guarujá, no litoral paulista, relataram que policiais executaram aleatoriamente pessoas identificadas como egressas do sistema prisional ou com passagem pela polícia.

Os relatos foram colhidos por uma comissão formada por deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo, e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo.

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