Sociedade

PM puxa mulher pelos cabelos em protesto contra aumento de passagem

Manifestantes reivindicavam redução nas tarifas de ônibus em São Paulo

PM puxa mulher pelos cabelos em protesto contra aumento de passagem
PM puxa mulher pelos cabelos em protesto contra aumento de passagem
Manifestante é arrastada pela PM durante protesto. Foto: Reprodução/Twitter
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Manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) foram agredidos pela Polícia Militar durante protesto na noite de quinta-feira 16. O movimento realizou uma marcha contra o aumento na tarifa do transporte público.

Para asfixiar o protesto, a PM utilizou bombas de gás, detenções e bloqueios. Entre os manifestantes detidos, estava a produtora cultural Andreza Delgado, criadora do projeto PerifaCon, que realiza eventos relacionados a quadrinhos, filmes e games voltados para a periferia.

Andreza declarou ter saído da Delegacia de Polícia por volta das 3h30 da manhã desta sexta-feira 17, bastante machucada. Em sua rede social, ela compartilhou imagens em que aparece sendo puxada pelos cabelos, jogada no chão e arrastada pela Polícia Militar.

Em uma foto que viralizou no Twitter, ela está deitada no chão, com a boca espumando em função de uma ação da PM com spray de pimenta.

“Eu tô com a cabeça doendo de tanto que meus cabelos foram puxados. Desproporcional é pouco para essa ação, mas é isso, uma mulher negra é ameaça para homens de fardas e armas”, escreveu a produtora.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) declarou que a Polícia Militar agiu “para garantir o direito à livre expressão”. Segundo o órgão, jovens foram detidos por desacato e lesão corporal.

“A Polícia Militar, para garantir o direito à livre expressão e a segurança de todos, atuou no ato contrário ao reajuste nas tarifas do transporte público, realizado nesta quinta-feira 16. Após o deslocamento para a região da Praça da República, houve um princípio de tumulto que foi contido pelos policiais. Uma policial militar foi ferida durante a ação. Dez pessoas, sendo oito adultos e dois adolescentes, foram detidas por desacato e lesão corporal. Todos foram encaminhados ao 2º DP e liberados após o registro da ocorrência. Os vídeos e relatos são analisados e as medidas cabíveis serão adotadas”, diz a nota da SSP.

O transporte público na capital paulista passou de R$ 4,30 para R$ 4,40. O reajuste é de 2,33%. As novas tarifas foram aprovadas em dezembro pela Câmara Municipal e pela Assembleia Legislativa e passaram a vigorar em 1º de janeiro.

Para o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o reajuste poderia ser evitado. Segundo a instituição, a prefeitura de São Paulo poderia segurar o aumento reajustando o valor de subsídio para o sistema. O Idec também sustenta que o gerenciamento do poder público municipal não é eficiente.

Desde então, o MPL já realizou o terceiro protesto. A primeira manifestação ocorreu em 7 de janeiro e a segunda no dia 9. O movimento também se opõe à redução do número de linhas e viagens de ônibus.

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