Sociedade
PM provoca tensão em velório de criança de 4 anos no litoral de São Paulo
O tiro que matou o menino provavelmente saiu da arma de um policial, segundo o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar
O enterro do menino Ryan Santos, de 4 anos, realizado nesta quinta-feira 7 no Cemitério Municipal da Areia Branca, em Santos (SP), foi marcado por uma discussão entre o ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, policiais militares e um grupo de pessoas presentes.
A criança morreu após ser baleada em um confronto na cidade. O tiro que a atingiu na região do abdômen provavelmente saiu da arma de um policial, segundo o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar.
A confusão nesta quinta teria começado depois de uma equipe de PMs realizar abordagens policiais em frente ao cemitério. A ação foi questionada pelo ouvidor Cláudio Aparecido da Silva.
“Eu acredito que a Polícia Militar existe para ajudar as pessoas, mas neste momento a polícia não está ajudando ninguém aqui. O senhor sabe que não está”, disse o ouvidor ao sargento Ailton, comandante da equipe.
Em outro momento da discussão, Aparecido questionou a atuação da Polícia Militar: “Colocar uma viatura na porta do velório de uma criança que morreu com um tiro de fuzil da polícia?”.
Também há informações de que uma carreata em homenagem a Ryan foi bloqueada por uma viatura do Choque.
A deputada estadual Paula Nunes (PSOL) esteve no local e cobrou justificativas dos policiais sobre a abordagem. Um dos agentes pediu que ela e outras pessoas do grupo se afastassem.
Na quarta-feira 6, a parlamentar questionou o secretário estadual de Segurança Púbica, Guilherme Derrite, a respeito da ação que terminou com a morte do menino de 4 anos. Derrite respondeu que ela fazia “vitimismo barato” com a morte da criança.
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