Política

PM diz que governo do Rio está no caminho certo e que não irá recuar

Porta voz da PM declarou que não há indicativo da participação de um policial na morte da garota Ágatha, atingida por um tiro de fuzil

Moradores do Complexo do Alemão protestaram no sábado pela morte da criança
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A Polícia Militar declarou no sábado 21 que o governo do Estado do Rio de Janeiro está “no caminho certo, que não irá recuar e que não há nenhum indicativo nesse momento, de uma participação do policial militar no triste episódio que vitimou a pequena Ágatha”. As afirmações foram feitas pelo porta-voz da PM Mauro Fliess, em entrevista à imprensa.

Ele ainda afirmou: “Nenhum cidadão merece ser pré-julgado. Ele só pode ser condenado após uma investigação, e ter dado a ele o direito de ampla defesa e do contraditório. O Policial Militar é um cidadão e ele precisa ter esse direito de se defender. Insisto, será feita uma investigação transparente, em que todas as provas técnicas serão coletadas e também as testemunhas serão ouvidas”. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) vai abrir uma apuração para verificar todas as circunstâncias da ação.

Por meio de nota a Polícia informou que um ataque à UPP Fazendinha, na sexta-feira 20, motivou o confronto e a troca de tiros. A criança estava com a mãe, dentro de uma Kombi que transportava passageiros na comunidade, quando foi atingida por um tiro de fuzil nas costas. Familiares da criança e moradores da comunidade contestam a versão da PM e dizem que um policial atirou contra uma moto que passava pelo local e que a bala atingiu Ágatha.

O corpo da criança será enterrado neste domingo, às 16h, no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro. Segundo levantamento do Fogo Cruzado RJ, laboratório de dados sobre violência armada, Ágatha é a décima sexta criança baleada no Rio de Janeiro este ano.

Ao saber da morte da neta, o avô da criança deu um depoimento emocionado em frente ao hospital para onde ela chegou a ser levada, mas entrou em óbito.

“Foi a filha de um trabalhador, tá? Ela fala inglês, tem aula de balé, era estudiosa. Ela não vivia na rua não. Agora vem um policial aí e atira em qualquer um que está na rua. Acertou minha neta. Perdi minha neta. Não era para perder ela, nem ninguém”, disse o avô de Agatha.

O caso gerou revolta entre os moradores do Complexo do Alemão que protestaram pela morte da criança. Também repercutiram manifestações contra o governador Wilson Witzel que, desde o início de sua gestão, vem defendendo uma política de enfrentamento contra organizações criminosas. Na sexta, antes do ocorrido, ele voltou a comentar sua estratégia.

“O crime organizado não é maior que o estado, e nós não vamos permitir que eles continuem zombando da nossa cara. Serão combatidos, caçados, serão caçados das comunidades. E aqueles que não se entregarem, não tirarem o fuzil do colo, serão abatidos. Porque não merecem viver aqueles que atiram conta o povo e contra a população do estado do Rio de Janeiro.”, disse o governador.

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