Sociedade

PM aproveita protesto para lançar “meme anti Black Bloc”

Mensagens intolerantes divulgadas em rede social afirmam que manifestantes com rosto coberto têm “maldade no coração”

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As bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar de São Paulo contra manifestantes que compareceram ao ato convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) ainda ecoavam na região da Avenida Paulista nesta sexta-feira 9, e o protesto já sofria outro tipo de ataque por parte da corporação, desta vez no ambiente virtual.

Em meio à divulgação de dados de pessoas presas e de imagens do protesto contra o aumento da passagem de ônibus na cidade, o perfil oficial no Twitter começou a publicar mensagens contrárias àqueles “vestidos como Black Blocs” e fotos com frases de ataque a esses manifestantes, no estilo dos memes. Chama a atenção o tom de intolerância dirigido a uma parcela da população partindo de uma organização oficial.

Uma das primeiras postagens afirmava que havia representantes Black Blocs na manifestação para, então, questionar seu mérito: “Isso é democracia?”

Outra dizia: “Pessoas que escondem o rosto em uma manifestação guarda (sic) maldade no coração. Destroem nosso patrimônio e coloca (sic) em risco a vida de pesoas (sic) inocentes”. A foto que acompanha o texto foi oportunamente cortada para trazer a frase “é crime” sem o sujeito, alterando seu sentido original.

Como que antecipando críticas de excessos que já começaram a aparecer, o perfil publicou então que apoiava “o direito constitucional”, mas “repudiava o vandalismo”. Nesta semana, a entidade Artigo 19 protocolou no TJ-SP um parecer jurídico que acusa a PM de não ter nenhum protocolo de uso de força que garanta o direito de livre manifestação.

A divulgação das informações, que acontecem num meio que justamente ajudou a dar forma à onda de protestos que marcaram o mês de junho de 2013, começou com um slogan: “Polícia Militar – Garantindo a ordem pública no movimento Passe Livre”. Os fatos não tardariam a mostrar a verdadeira face da frase.

 

 

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