Sociedade

Phelps e a primeira página de um novo capítulo em sua vida

O nadador norte-americano, maior atleta olímpico da história, confirma sua aposentadoria

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O nadador americano Michael Phelps, o maior vencedor em Olimpíadas, acordou cedo no domingo 14 com a namorada, Nicole. Antes de começar seu primeiro dia de aposentadoria das piscinas, deu uma conferida nas seis medalhas olímpicas conquistadas nos Jogos do Rio-2016, que marcam o fim de uma era.

No meio da noite, depois de encerrar sua carreira com um ouro no revezamento 4x100m medley, ele acordou Boomer, seu filho de apenas três meses, para lhe dar um abraço… E também precisou trocar a fralda.

Depois de muitos anos de metros e metros nadados, de recordes, títulos mundiais e nada mais, nada menos que 28 medalhas olímpicas – um desempenho que só ele teve até agora. E tudo acabou no Rio de Janeiro. Desta vez, em definitivo. “Sei que já disse isto antes, mas desta vez, sim, foi a última vez que me viram competindo na água”, afirmou, sem deixar margem para dúvidas.

Foram Jogos emotivos. Phelps não chorou tanto em Londres, onde supostamente também encerraria sua carreira. No Rio, as lágrimas rolaram em cada pódio e depois do último aquecimento com seu treinador desde os 11 anos, Bob Bowman.

“Ele me trouxe até aqui, por isso foi tão especial, é como um pai e me ajudou a superar os piores momentos da minha vida”, declarou, lutando para conter o choro. Na última noite treinando juntos, Bowman caminhou ao seu lado cada um dos 50 metros da piscina em que nadava, como quem não queria perder um único detalhe. “Em cada respiração, o via, às vezes até sorria”, contou.

Aquela “última” noite em Londres foi diferente da atual. Há quatro anos, sem entrar em detalhes, Phelps lembrou não ter dormido muito. Desta vez, passou a noite com a família.

“Acredito que depois do revezamento de ontem à noite, estava mais emocionado que em Londres porque significou algo. Não quero dizer que Londres não significou nada, mas era assim que queria terminar (…). Por isso as emoções tomaram conta, do momento do aquecimento até esta manhã, às 6h, 5h30, quando Nicole e eu estávamos lembrando as 30 medalhas”, contou.

Depois do anúncio de sua aposentadoria em Londres, Phelps ganhou peso, não perdia uma festa… E nessa vida, acabou preso por dirigir embriagado em setembro de 2014. Compreendeu que era hora de mudar, de deixar para trás os “amigos” tóxicos e se comprometer com sua família. E nessa transição, a natação tinha que estar presente.

“Acordei hoje e me senti aliviado, feliz de como terminou a minha carreira. Não conseguia sentir isso em Londres, queria olhar para trás e me sentir orgulhoso. Trabalhei estes dois anos para terminar da forma que queria. Estou feliz por ter feito isso”, declarou.

O tempo que terá a partir de agora dedicará a trabalhar mais em sua fundação que incentiva a natação entre as crianças. “Quero dar a chance para que possam nadar com segurança”, disse. Até ajudar como assistente de Bowman está em seus planos.

“Nisso, acho que precisarei ter a paciência que não tenho”, brincou. Ele diz que aposta no crescimento do esporte e que as coisas mudem com relação aos múltiplos casos de doping.

Os Phelps vão morar um tempo no Arizona e não em Baltimore, cidade natal do nadador. “Mas quero voltar”, disse o campeão, que continuará nadando pelo menos duas vezes por semana para manter o peso.

Depois de uma relação complicada com o pai, Phelps afirma que “não quer perder nada” do desenvolvimento de Boomer. “Cresce tão rápido, troquei sua fralda ontem à noite e uma lágrima escapou ao vê-lo sorrir (…). Quero vê-lo crescer, poder jogar beisebol com ele no quintal, levá-lo a algum esporte, a alguma coisa que tenha a ver com música… Uma piscada e pronto, cresceu”, disse.

As seis medalhas que ele leva do Rio irão para seu “lugar secreto”, que só alguns poucos conhecem. “Não as vejo com tanta frequência. Esta manhã, quando acordei, vi todas as destes Jogos, só as olhava, acho que é algo que não fazia no passado. Deve ser divertido ver as 28 juntas, isso é certo”, afirmou.

Entre as medalhas que ele leva na mala, está a que ele considerou sua prova mais especial: a dos 200 m borboleta, um título que perdeu em Londres e que recuperou no Rio. O esportista mais premiado da história se despede. Quando tempo passará até que alguém consiga quebrar todos os seus múltiplos recordes?

“Adoraria que alguém o fizesse, adoramos ver recordes quebrados… Se acontecer, aconteceu”, afirmou. Mas, no fundo, Phelps não parece muito convencido de que será superado no curto prazo.

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