Sociedade
PF abre investigação para apurar assassinato em aeroporto internacional de São Paulo
Armas usadas no crime foram encontradas neste sábado após uma denúncia anônima


A Polícia Federal (PF) confirmou, na noite deste sábado 9, que abrirá uma investigação própria, de nível nacional, para apurar o assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário jurado de morte pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A decisão de também federalizar o caso, explica a PF em nota, “decorre da função de polícia aeroportuária da instituição”. O crime aconteceu na tarde de sexta-feira 8, na saída do terminal 2 do aeroporto.
Ainda segundo a PF, a federalização do caso não interrompe a apuração local, comandada pela Polícia Civil de SP, que deve seguir e será tratada em conjunto – “de forma integrada” – com a investigação nacional.
Gritzbach foi atingido por 10 tiros ao desembarcar em Guarulhos após um voo que partiu de Goiânia. Ele estava acompanhado por apenas um dos seus quatro seguranças. A falha no esquema de proteção é uma das linhas de investigação, que busca esclarecer se os homens que deveriam proteger o empresário não estavam no local propositalmente.
A polícia apura, também, se eles não seriam os responsáveis por informar sobre os deslocamentos de Gritzbach. A equipe era formada por policiais militares, contratados pelo empresário. A corregedoria acompanha o caso e já afastou os agentes da corporação.
Os autores do crime ainda não foram identificados. Ao que tudo indica, porém, são membros do PCC. Os disparos são investigados como execução para queima de arquivo após Gritzbach firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público paulista. Ele teria sido o responsável por lavar dinheiro do crime, mas era suspeito de mandar matar dois membros do grupo criminoso em 2021.
Apesar de não identificar os autores, a polícia encontrou as armas do crime. Os itens foram achados pela Polícia Militar na noite deste sábado após uma denúncia anônima. As armas estavam em mochilas descartadas a cerca de 7 km do aeroporto. Ao todo, foram encontrados três fuzis e dez carregadores, além de uma pistola com seu carregador. Os itens estavam duas mochilas. O carro usado no crime já havia sido localizado.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, comentou o achado nas redes sociais. “A Polícia Militar acaba de localizar as armas e carregadores utilizados no crime realizado ontem no aeroporto de Guarulhos”, anunciou. “Não vamos permitir que situações como essa fiquem impunes no Estado de São Paulo”, escreveu em seguida no seu perfil do X.
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