Sociedade

Pastor André Valadão pede que evangélicos não mandem filhos à faculdade: ‘Vai vender picolé’

Segundo o religioso, pessoas com ensino superior retornariam para a casa ‘renegando o evangelho’; declaração causou revolta nas redes sociais

Pastor André Valadão pede que evangélicos não mandem filhos à faculdade: ‘Vai vender picolé’
Pastor André Valadão pede que evangélicos não mandem filhos à faculdade: ‘Vai vender picolé’
André Valadão é devoto do bolsonarismo – Imagem: Redes sociais
Apoie Siga-nos no

O pastor André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, incentivou os fiéis a não permitirem que seus filhos cursem o ensino superior sob o risco de ‘acabar com a vida’ deles. As declarações polêmicas foram dadas durante um culto e compartilhadas pelo próprio religioso nas redes sociais.

“Se a faculdade vai acabar com a vida do teu filho, não manda ele para a faculdade. Não manda! Vá vender picolé na garagem! ‘Ah, mas eu não criei meu filho para isso’. Criou para quê? Para ele ir para o inferno? ”, questionou Valadão.

Na sequência, o pastor insinua, então, que as instituições de ensino podem transformar a mulher em ‘vagabunda’, que tem um diploma, mas que é ‘rodada’ e ‘doida’. Na legenda, ele reforça para que pais evangélicos não arrisquem ‘a salvação’ dos filhos em prol da educação.

De acordo com o pastor, quem cursa o ensino superior no Brasil costuma voltar para a casa com um diploma, mas ‘renegando a Deus’.

“Você vai falar de Jesus e ele diz assim ‘não fala de Deus para mim, não’. Acabou sua vida, irmão”, ameaça, então, Valadão.

Nas redes sociais, o discurso do pastor bolsonarista foi duramente criticado por internautas e influenciadores. O ex-BBB Gil do Vigor, crescido em família evangélica, foi uma das personalidades a comentar o assunto. Ele ressaltou que pastores como ele querem manipular fiéis e “usam da ignorância para juntar massas e dominar”. Gil, no momento, compartilha sua rotina de estudos no PhD nos Estados Unidos.

Repercussão negativas nas redes:

Outros usuários chegaram a utilizar o próprio discurso de Valadão contra sua ‘denúncia’ ao risco do ensino.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo