Sociedade

EUA x Alemanha reaviva memória da Vergonha de Gijón

Basta um empate para as duas equipes avançarem. Mas ambas descartam acerto prévio e garantem que Recife não verá repetição do que aconteceu em 1982

O alemão Jürgen Klinsmann, atualmente no comando da seleção dos Estados Unidos
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A partida entre Estados Unidos e Portugal, disputada neste domingo 22 em Manaus, mal havia acabado, e já surgiram as primeiras especulações sobre um possível acerto entre as seleções da Alemanha e dos EUA, no jogo marcado para esta quinta-feira no Recife.

Com os empates em 2 a 2 entre EUA e Portugal e entre Alemanha e Gana, tanto os alemães como os americanos somam 4 pontos, seguidos pelos portugueses e ganenses, que têm 1 ponto cada. Assim, basta um empate entre Alemanha e Estados Unidos para que ambas as equipes cheguem a 5 pontos, não podendo mais ser superadas pelas outras duas e se classificando para a próxima fase.

A decisão no Recife traz à lembrança um dos episódios mais vergonhosos da história da seleção alemã: a partida contra a Áustria na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, disputada na cidade de Gijón. Uma vitória alemã por 1 a 0 servia para classificar as duas equipes, eliminando a Argélia.

Logo aos 10 minutos do primeiro tempo, o alemão Horst Hrubesch marcou um gol, e nada mais aconteceu em 80 minutos de jogo. As duas equipes simplesmente evitaram atacar. A situação se tornou tão constrangedora que um locutor de televisão austríaco pediu aos telespectadores que desligassem a televisão.

A partida entrou para a história como o Jogo da Vergonha de Gijón ou ainda O Pacto de Não-Agressão de Gijón. Desde então, as partidas da última rodada da fase inicial (de grupos) de torneios como a Copa do Mundo passaram a ser realizadas simultaneamente, para diminuir as chances de manipulação.

Suspeita negada
Para o jogo desta quinta-feira, o fato de o treinador dos EUA, Jürgen Klinsmann, ser alemão e ter treinado a equipe nacional na Copa de 2006, tendo na época o atual técnico, Joachim Löw, como assistente, certamente ajuda a alimentar as suspeitas de que possa haver um acerto prévio. Mas a possibilidade foi negada com veemência por Klinsmann.

“Essa é uma parte da história alemã, não da história dos Estados Unidos. Os Estados Unidos são conhecidos por darem o máximo de si em cada jogo, temos esse espírito de luta. Ambas as equipes vão entrar nesse jogo para vencer e ficar na liderança do grupo. Vamos para Recife com a determinação de derrotar a Alemanha”, declarou depois do jogo contra Portugal.

Também do lado alemão a negativa foi veemente. “Temos qualidade para ser o primeiro do grupo, e esse deve ser o objetivo”, afirmou o atacante Lukas Podolski. O zagueiro Mats Hummels também descartou a possibilidade de jogar por um empate. “Não, esse tipo de coisa deixa a gente maluco. Eu defendo claramente que a equipe repita o estilo de jogo [apresentado] contra Portugal.”

  • Autoria Alexandre Schossler
  • Edição Luisa Frey

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