Sociedade
Participante de “A Fazenda” é vítima de racismo por produtor da Record
Emissora reconheceu ofensa racista e informou demissão de funcionário
A modelo e ex-miss São Paulo Sabrina Paiva foi vítima de uma ofensa racista por parte da produção do programa “A Fazenda”, da TV Record. A participante do reality show diz ter escutado, por de trás de um dos vidros da casa, um funcionário da emissora chamá-la de “macaca”.
O áudio da produção foi captado no vídeo e repercutiu nas redes sociais na manhã desta quarta-feira 6. Segundo mostram as imagens, os participantes do programa estavam sentados na sala, quando a modelo se levantou e ouviu uma voz da produção que disse: “Bora, macaca, senta aí”.
DA PARA ENTENDER PERFEITAMENTE NESSE VÍDEO, QUE NOJO! RACISMO É CRIME !!!!!! #afazenda11
SABRINA MERECE RESPEITO pic.twitter.com/IBJ1dOBEiv
— bobozão (@gostosaodalaje) 6 de novembro de 2019
Imediatamente, Sabrina perguntou aos outros colegas: “Vocês ouviram isso, ou fui só eu?”. Outro participante respondeu: “Eu ouvi, mas não entendi nada”. Em seguida, outra colega: “Eu entendi também”. Participantes que compreenderam o teor da ofensa afirmaram: “É pesado”.
A assessoria jurídica da modelo publicou, nas redes sociais, uma nota oficial em que acusa a TV Record de injúria racial. A representação foi enviada para a emissora e para o Ministério Público de São Paulo.
“A assessoria jurídica de Sabrina Paiva, participante do Reality Show – ‘A Fazenda 11’, transmitido pela Rede Record de Televisão, vem, por meio desta nota, se manifestar acerca da Injúria Racial ocorrida na noite do dia 05/11/2019 por integrante da produção do referido reality, que, ao ver Sabrina se levantou, propagou a seguinte ofensa: ‘Senta aí Macaca'”.
Em nota publicada nas redes sociais, a TV Record reconheceu e repudiou a ofensa racista. Segundo a emissora, o operador de câmera responsável pela declaração teve seu contrato cancelado pela empresa que ele trabalhava e que prestava serviços ao programa, a Teleimage.
“A Record TV repudia veementemente esta atitude racista e qualquer tipo de preconceito. Como se trata de ofensa racial, será informado à participante Sabrina Paiva que a ela será dado o direito de fazer a representação legal ao ofensor, se assim quiser e no momento que desejar”, escreveu.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.