Sociedade

E a PM acabou com a ocupação no Parque Augusta…

Ocupada por coletivos culturais desde janeiro, a área era reivindicada há 40 anos por moradores da região. Protesto seguiu para a prefeitura

A manifestação continuou até o prédio da prefeitura, região central de São Paulo
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Terminou nesta quarta-feira 4, às 9 horas, por meio da atuação da tropa de choque da Polícia Militar, a ocupação do Parque Augusta, na região central de São Paulo. Cerca de 300 manifestantes seguiram em direção à Prefeitura de São Paulo em ato de protesto no final da reintegração. “O movimento iria pela (Rua da) Consolação. Em uma arbitrariedade da polícia, eles ameaçaram nos impedir se a marcha não seguisse pela Augusta”, afirmou o advogado ativista Daniel Biral.

Os manifestantes já aguardavam a reintegração de posse, marcada para a madrugada desta quarta. A PM chegou por volta das 5 horas da manhã, encerrando uma noite de performances, festas e rodas de samba que atraiu, segundo o Movimento Parque Augusta, 5 mil pessoas. Quinze ocupantes decidiram permanecer no parque e exigiram a presença do prefeito Fernando Haddad (PT), mas acabaram expulsos pela tropa de choque. A ação para a retirada das últimas pessoas foi tensa, com o uso de cassetetes de um lado e gritos pelo fim da PM de outro.

Ocupado por uma “vigília criativa” desde janeiro, o Parque Augusta, um terreno de 24.750 m² entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá, foi adquirido em dezembro de 2013 pelas construtoras Cyrela e Setin, que almejam construir três torres comerciais no local. Ainda em 2013, o prefeito Haddad chegou a sancionar uma lei pela criação do parque, mas o valor de 70 milhões de reais para a desapropriação inviabilizou a ação. As construtoras se comprometeram a manter um parque privado aberto à população, o que não contentou os movimentos que brigam pela manutenção de um espaço público.

Mesmo com a reintegração, o movimento pela consolidação do espaço continua. “A gente sai agora, mas toma posse depois. Esse parque é da cidade, eu estaria aqui mesmo se não morasse no bairro”, diz Carmem Sampaio, 75 anos, moradora da região. “Eu tenho simpatia pelo parque desde 2013. Estudei o assunto e soube da existência em uma cláusula do imóvel que diz que a área do bosque deve ser liberada ao público. Esse parque é nosso por direito”, contou Viviane Godoy, 36 anos, que participava da marcha até a prefeitura.

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