Para polícia, Henry era submetido a uma ‘rotina de violência’

O padrasto da criança, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e sua mãe Monique foram presos suspeitos de envolvimento na morte

Henry Borel ao lado da mãe, Monique. Créditos: Reprodução/Instagram

Apoie Siga-nos no

Agentes da polícia civil que investigam a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, no Rio de Janeiro, concederam uma entrevista coletiva nesta quinta-feira 8, dia em que o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e a mãe da criança, Monique Medeiros da Costa e Silva foram presos acusados de envolvimento na morte, que aconteceu no dia 8 de março.

 

 

O delegado Henrique Damasceno, do 16º DP da Barra da Tijuca, falou sobre a mudança de rumos na investigação que começou como um acidente doméstico. Foi determinante a recuperação de mensagens trocadas entre a mãe do menino e a babá, via aplicativo de mensagens, no dia 12 de fevereiro, e também o depoimento prestado pela cuidadora à Polícia, posteriormente, onde afirmou clima de harmonia entre a família.

Naquela troca de mensagens, a babá narrou à mãe que Henry tinha sido conduzido a um dos quartos do apartamento onde morava por Jairinho, com o som da TV alto. Ao sair do do cômodo, a criança teria mostrado a ela hematomas e contou que levou uma banda (rasteira), além de chutes. Também reclamou de dores na cabeça e joelho. Para a polícia, a criança era submetida a uma ‘rotina de violência’.


 

“Não há a menor dúvida de que a mãe se omitiu, como também aceitou a história”, afirmou o delegado da Barra da Tijuca durante a coletiva.

Ainda de acordo com a polícia, após a morte, o padrasto do garoto tentou várias vezes impedir que o corpo fosse para autópsia no IML e garantir que o óbito fosse atestado no próprio hospital. O médico da unidade, quando percebeu o que estava acontecendo, negou firmemente o pedido do padrasto.

Damasceno afirmou que não se descarta a possibilidade de a mãe fazer parte do crime e nem mesmo o pai, que sofreu busca em sua residência. “O destino do caso é definido por cada prova que é colhida, como eu falei, esse caso foi apresentado como acidente doméstico.”

A investigação, segundo a polícia não está encerrada, embora os agentes tenham afirmado que os investigadores conseguiram provas fortes da atuação do padrasto e da mãe.

Questionados sobre a possibilidade de fuga do casal, a polícia afirmou que não havia concretas sobre a possibilidade, mas, quando encontrados, Jairo e Monique estavam cada um na casa de seus respectivos pais. “Se não tivesse acontecido a prisão hoje e a investigação propriamente dita, existe a possibilidade de que eles não fossem mais encontrados”, afirmou o delegado.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.