Sociedade
Papa pede pela renovação e reorientação da Igreja Católica
Cerca de 100 mil fiéis estiveram na Praça de São Pedro para assistir a penúltima missa dominical de Bento XVI
Por Renata Giraldi*
Brasília – A Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, foi tomada neste domingo 17 por fiéis que assistiam a penúltima missa dominical do papa Bento XVI, primeira celebração dominical do pontífice após o anúncio da renúncia.
Na missa, o papa, que falou em várias línguas, apelou para a renovação e reorientação da Igreja Católica Apostólica Romana e a rejeição do orgulho e do egoísmo. Bento XVI pediu aos fiéis para não instrumentalizarem a fé em seu próprio benefício, “dando mais importância ao êxito e aos bens materiais”.
Devido ao intenso movimento de fiéis, a polícia fechou a Via della Conciliazione, a maior avenida de Roma, que dá acesso ao Vaticano. A estimativa é que cerca de 100 mil pessoas se concentraram na praça.
Não há previsão de audiência específica concedida pelo papa para hoje com autoridades. No final da tarde, Bento XVI se dedicará a uma semana de meditações – que terminarão apenas no próximo dia 23. No próximo sábado, ele receberá, em audiência privada e de despedida, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que, ao longo da semana, o papa deverá ter reuniões com o secretário particular, Georg Ganswein, para despachar assuntos mais urgentes.
Em decorrência da semana de meditações, o papa cancelou todas as atividades. Segundo especialistas, o retiro do pontífice neste período de Quaresma é habitual.
À imprensa italiana, o cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, reconheceu que a renúncia de Bento XVI fez com a Igreja Católica Apostólica Romana viva “horas complicadas”, mas a situação “será superada”.
Após oito anos de pontificado, Bento XVI anunciou que renunciará no próximo dia 28, devido à falta de “força” e a “idade avançada”. No dia 27, o papa fará sua despedida. Após sua renúncia começa o processo de escolha do sucessor.
*Publicado originalmente em Agência Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.