Sociedade
Operação da PM na Favela do Moinho, no centro de São Paulo, deixa uma pessoa morta
Segundo a corporação, a operação tinha como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão em dois endereços utilizados por supostos traficantes de drogas
Uma operação da Polícia Militar realizada na sexta-feira 19 na Favela do Moinho, no centro de São Paulo, deixou uma pessoa morta.
Segundo a corporação, a operação no território tinha como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão em dois endereços supostamente utilizados por traficantes de drogas. Os locais, segundo a nota da PM, tinham ligações com Leonardo Moja, o Leo do Moinho, apontado como integrante do PCC.
Preso desde agosto do ano passado, Leo do Moinho é apontado como responsável pelo abastecimento do tráfico de drogas da Cracolândia a partir da comunidade do Moinho. Ainda de acordo com os investigadores, traficantes que atuam sob as ordens dele estariam dificultando a remoção das famílias que vivem na comunidade.
Conflito de versões
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública confirmou a morte de um homem de 38 anos durante a operação. Segundo a pasta, ele teria sido atingido em uma troca de tiros. Ainda de acordo com a SSP, com o suspeito foram apreendidos um revólver calibre 32 e um celular. O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e resistência pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Moradores da comunidade, no entanto, rebatem a versão policial ao caso. Em um perfil dedicado à comunidade nas redes sociais, constam relatos de moradores que alegam que a vítima não estava armada. O homem morto, de acordo com a publicação, é Felipe Petta, morador da comunidade. Ainda de acordo com o post, ele já havia sido agredido por policiais em uma abordagem anterior, do dia 8 de dezembro. Na ocasião, dizem os moradores, ele apanhou dos agentes e teve o cabelo raspado à faca. A SSP e a PM não comentam a versão apresentada na postagem.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
O que as mãos da favela não deixam esquecer
Por Ana Gabriela Akaishi, André Delfino Silva e Leonardo Rodrigues Pitas Piqui
Tiroteios constantes afetam desenvolvimento de crianças em comunidades
Por Agência Brasil
O último apague a luz
Por Allan Ravagnani e Sergio Lirio



