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ONU se diz ‘horrorizada’ com operação no Rio de Janeiro e cobra investigações
Alto Comissariado para os Direitos Humanos afirma que as políticas públicas em áreas marginalizadas do Brasil são ‘extremamente fatais’
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos se disse “horrorizado” com a operação que deixou dezenas de mortos em comunidades do Rio de Janeiro na terça-feira 28, e cobrou investigações.
Em nota oficial, o colegiado das Nações Unidas destacou que, entre as mais de 60 mortes confirmadas, pelo menos quatro eram de agentes públicos de segurança. A última contagem oficial registrava 64 pessoas mortas.
“Brasil: estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que já teria resultado na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais”, registrou a nota.
Para a ONU, o resultado da operação “reforça a tendência de consequências extremamente fatais das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil”. A entidade cobrou o poder público em busca de respostas.
“Relembremos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e instamos a realização de investigações rápidas e eficazes”, conclui o texto.
HRW chama de ‘tragédia’
A manifestação das Nações Unidas se soma à da organização internacional Humans Rights Watch, que chamou a operação de ‘tragédia’ e também cobrou investigações.
“A sucessão de operações letais que não resultam em maior segurança para a população, mas que na verdade causam insegurança, revela o fracasso das políticas do Rio de Janeiro. O Rio precisa de uma nova política de segurança pública, que pare de estimular confrontos que vitimizam moradores e policiais”, apontou a ONG
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