ONU: Brasil tem 10,1 milhões passando fome e 21 milhões em insegurança alimentar severa

O relatório, divulgado nesta quarta-feira 12, mostra que pandemia e problemas climáticos agravaram a crise alimentar

“Alguém precificou o custo de deixar 33 milhões de brasileiros passando fome?” - Imagem: Jhony Pinho/Agif/AFP

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O Mapa da Fome, relatório publicado pela ONU nesta quarta-feira 12, expõe um alerta sobre a gravidade da crise alimentar no mundo. No Brasil, há 21 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar severa e 10,1 milhões passando fome.

No País, conforme o estudo, a insegurança alimentar de todos os níveis atinge 70,3 milhões.

Globalmente, há 735 milhões de pessoas passando fome e mais de 2,3 bilhões em insegurança alimentar. Os dados, referentes a 2022, resultam de um levantamento anual feito por cinco agências da ONU: FAO, IFAD, PMA, OMS e Unicef.

No Brasil, a insegurança alimentar severa pulou de 1,9% da população entre 2014 e 2016 para 9,9% entre 2020 e 2022. Já o número de pessoas que passam fome recuou 6,5%, de 12,1 milhões para 10,1 milhões.

Entre as razões para a prevalência da crise alimentar, segundo o relatório, estão a crise da Covid-19 e outras mazelas internacionais. 

“A recuperação da pandemia global foi desigual e a guerra na Ucrânia afetou os alimentos nutritivos e as dietas saudáveis”, , relata o diretor-geral da FAO, QU Dongyu. “Este é o ‘novo normal’ em que as mudanças climáticas, os conflitos e a instabilidade econômica estão empurrando os que estão à margem ainda mais longe da segurança. Não podemos adotar uma abordagem de negócios como sempre.”


A redução da fome foi observada apenas em alguns países da Ásia e da América Latina, mas na Ásia Ocidental, no Caribe e em todas as sub-regiões da África houve aumento da fome em 2022. No continente africano, o mais afetado, uma a cada cinco pessoas passa fome.

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