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O que se sabe sobre os casos de intoxicação após ingestão de ‘falsa couve’

Os casos ocorreram em duas cidades de Minas Gerais. Uma pessoa morreu

O que se sabe sobre os casos de intoxicação após ingestão de ‘falsa couve’
O que se sabe sobre os casos de intoxicação após ingestão de ‘falsa couve’
Falsa couve tem folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. Créditos: Polícia Militar/Divulgação
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Duas cidades de Minas Gerais registraram casos de intoxicação após pessoas comerem por engano a Nicotiana glauca, uma planta conhecida como “falsa couve”. Uma mulher de 37 anos morreu.

Os primeiros casos apareceram em Patrocínio, na região do Triângulo Mineiro. Quatro integrantes de uma família se intoxicaram ao ingerir a planta por engano. Eles passaram mal logo após um almoço em em uma chácara na zona rural.

A “falsa couve” foi colhida no próprio terreno e servida refogada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a família havia se mudado recentemente para a chácara e acreditava que a planta era couve, devido às semelhanças.

As vítimas chegaram a sofrer parada cardiorrespiratória, mas socorristas dos Bombeiros, do Samu e da Polícia Militar conseguiram reverter o quadro. Na sequência, elas foram hospitalizadas em estado grave.

A Nicotiana glauca, popularmente conhecida como “falsa couve”, é uma planta tóxica que contém a substância anabasina, capaz de causar paralisia muscular e até levar à morte.

A anabasina age no sistema nervoso provocando taquicardia, tremores e, em casos graves, paralisia dos músculos respiratórios.

Embora haja uma semelhança com a couve, há características que podem ser observadas para diferenciar as espécies. As folhas da Nicotiana glauca costumam ser menores, mais estreitas e mais alongadas que as da couve. Sua cor é um verde mais acinzentado. Já a couve tem folhas maiores, largas e de um verde mais vivo e intenso.

Na segunda-feira 13, Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, morreu após sofrer uma grave lesão no cérebro decorrente da ingestão.

Um homem de 60 anos, hospitalizado desde 8 de outubro, saiu do coma nesta sexta-feira 17. Segundo a Secretaria de Saúde de Patrocínio, ele foi extubado e está consciente e orientado, mas seguirá sob cuidados intensivos.

Já um paciente de 64 anos permanece internado em quadro estável, após receber alta da UTI na quarta-feira 15. Uma quarta vítima, um homem de 67 anos, não teve sintomas graves e recebeu alta.

Claviana Nunes da Silva morreu após ingerir “falsa couve” em Patrocínio. Créditos: Redes Sociais/Reprodução

Outros sete casos de intoxicação pela “falsa couve” surgiram na cidade de Santa Vitória, a cerca de 360 quilômetros de Patrocínio, segundo o prefeito Sergio Moreira de Oliveira Jr.

Dos sete casos, quatro atingiram pessoas da mesma família. De acordo com o prefeito, pelo menos duas vítimas tiveram um quadro grave de intoxicação.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Moreira pede que as pessoas se desfaçam da planta caso a tenham em casa. “Suspeitamos de que muitas pessoas possam cultivar essa planta altamente tóxica. Evitem o consumo ou o seu cultivo, não façam a sua ingestão como alimento nem como chá, há risco de intoxicação grave e até mesmo risco de morte.”

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