Sociedade

O que se sabe sobre o caso do adolescente que matou a família em São Paulo

Menor afirmou à PM que cometeu o crime após ter seu celular e o computador retirados pelos pais

Reprodução/Facebook
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O adolescente de 16 anos que confessou ter matado o pai, a mãe e a irmã dentro da sua casa, na zona oeste de São Paulo, disse à polícia não estar arrependido do crime e deve ser submetido a uma avaliação psicológica para identificar eventuais distúrbios mentais. A investigação agora apura se ele agiu sozinho.

A chacina aconteceu no dia 17 de maio. O menor afirmou à PM que cometeu o crime após ter seu celular e o computador retirados pelos pais. Os corpos ficaram três dias no imóvel, localizado na Vila Jaguara, e só foram encontrados após o adolescente ligar para a polícia e se entregar.

O menino está detido em uma unidade da Fundação Casa. O crime foi cometido com ajuda de uma arma de fogo do pai, Isac Tavares Santos, de 57 anos, que era Guarda Civil de Jundiaí. Ele foi atingido pelo primeiro disparo da pistola 9 milímetros quando estava na cozinha, por volta das 13h.

De acordo com o depoimento prestado à polícia, a irmã, que estava no primeiro andar da casa, ouviu o disparo e gritou. O adolescente, então, foi até Letícia Gomes Santos, de 16 anos, e atirou contra seu rosto. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Aos investigadores, o adolescente afirmou ter uma boa relação com a irmã, mas precisou matá-la porque, como a mãe chegaria na casa depois de seis horas e ele tinha a intenção de atirar contra ela, não conseguiria manter Letícia em cativeiro e temia que a irmã pudesse impedir o crime.

Depois de cometer o crime, o jovem ainda foi à academia. Ao retornar, esperou pela mãe, Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, que chegou no imóvel por volta das 19h. O adolescente disse que abriu o portão da garagem para que ela entrasse e, após ver o corpo do marido na cozinha, o adolescente a matou.

“No dia seguinte, ele ainda pegou a faca e ainda esfaqueou a mãe porque ainda sentia raiva”, afirmou o delegado Roberto Afonso, responsável pela investigação. “Ele falou que a família estava achando que ele era ‘vagabundo’ por estar o dia todo no celular”.

O caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e vilipêndio de cadáver.

A polícia apreendeu os celulares do pai, da mãe, da irmã, além do aparelho e computador do garoto. Vizinhos, amigos e familiares devem ser ouvidos nos próximos dias.

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