Sociedade

O que se sabe sobre o caso de empresário preso após a morte de gari em MG

A Justiça decretou a prisão preventiva de René da Silva Nogueira Junior, acusado de atirar em funcionário da coleta de lixo após briga de trânsito

O que se sabe sobre o caso de empresário preso após a morte de gari em MG
O que se sabe sobre o caso de empresário preso após a morte de gari em MG
O empresário René Junior assumiu ter assassinado o gari Laudemir Fernandes – Foto: Reprodução/redes sociais
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A Justiça decretou a prisão preventiva do empresário René da Silva Nogueira Junior,de 47 anos, acusado de assassinar o gari Laudemir de Souza Fernandes, após uma discussão de trânsito.

A decisão foi tomada após uma audiência de custódia, realizada na terça-feira 12. O empresário foi preso na tarde da segunda-feira 11, horas depois do crime.

Na ata da audiência de custódia, o juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno destacou que a ação de Renê foi “desproporcional e fria”. O documento também afirma que o empresário tem “periculosidade acentuada e total desrespeito pela vida humana”.

Ainda de acordo com o magistrado, o fato de Renê estar dirigindo o carro visto na cena do crime e o reconhecimento dele por parte das testemunhas validam a prisão em flagrante, que foi homologada na Central de Audiências de Custódia de Belo Horizonte.

Relembre o caso

O assassinato aconteceu na segunda-feira 11, no bairro Vista Alegre, região oeste da capital mineira, após uma briga de trânsito.

Segundo a Polícia Militar, Renê passou por uma rua onde garis faziam a coleta de lixo, e teria se irritado com o espaço que o caminhão de lixo ocupava na vida, tendo exigido que a motorista liberasse espaço para que ele passasse com o seu veículo, dando origem a uma confusão.

O empresário teria ameaçado atirar na cara da condutora do caminhão, segundo relatos de testemunhas, o que fez com que outros garis saíssem em defesa da colega. Foi nesse momento que Renê disparou com a arma de fogo atingindo Laudemir na região torácica.  Após o disparo, o empresário teria fugido do local sem prestar socorro.

A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu. Ao realizar perícia no local do crime, a polícia recolheu dois cartuchos de arma calibre .380.

Em nota, a Localix, empresa terceirizada de coleta de lixo, para a qual Fernandes trabalhava, lamentou a morte e disse que o trabalhador foi vítima de “um ato de violência injustificável ocorrido durante a execução de seu trabalho”. A empresa afirmou que está prestando apoio à família e aos colegas.

A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), vinculada à prefeitura de Belo Horizonte, também destacou que ele trabalhava quando foi assassinado. O prefeito da capital mineira, Álvaro Damião (União Brasil) afirmou que o crime é “estarrecedor diante da causa banal que o gerou”.

Quem era o empresário

René Junior, cuja página no Instagram (agora desativada) tinha a descrição “christian, husband, father & patriot” – ou cristão, marido, pai e patriota, em tradução para o português – é casado com uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

Por conta da relação do acusado com a esposa delegada, a Corregedoria-Geral da PCMG abriu inquérito sobre o caso. Segundo o portal Metrópoles, apesar de ter negado o crime, ele confirmou em depoimento que portava arma da esposa.

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