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O que se sabe sobre o atentado contra o acampamento do MST em Tremembé (SP)

Localizado a cerca de 140 quilômetros da capital paulista, o assentamento Olga Benário foi atacado por homens armados na noite desta sexta-feira

O que se sabe sobre o atentado contra o acampamento do MST em Tremembé (SP)
O que se sabe sobre o atentado contra o acampamento do MST em Tremembé (SP)
Velório das vítimas do ataque ao acampamento Olga Benário, em Tremembé (SP). Foto: Douglas Mansur/MST
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O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou neste domingo 12 a prisão temporária de Antonio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”. Ele é suspeito de ser o mentor do ataque ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, em Tremembé (SP).

Nero foi reconhecido por testemunhas e foi preso ainda no sábado 11. Ele passou por audiência de custódia no domingo e teve a prisão temporária fixada em 30 dias.

Também neste domingo, a Justiça acatou o pedido de prisão temporária da Polícia Civil de São Paulo contra mais um suspeito. Identificado como Ítalo Rodrigues da Silva, o homem foi reconhecido por uma das vítimas que estão internadas.

Um terceiro homem ainda foi preso logo após o crime por equipes da Polícia Militar por porte ilegal de arma de fogo. Contudo, até o momento, a ligação direta com o crime foi descartada, pois há indícios de que ele teria ido ao local para prestar socorro às vítimas.

Entenda o crime

Localizado em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba, a cerca de 140 quilômetros da capital paulista, o assentamento Olga Benário foi atacado por homens armados na noite desta sexta-feira 10. Segundo o MST, dois assentados foram mortos a tiros e ao menos outros seis estão feridos, alguns em estado grave.

As vítimas fatais são Valdir Nascimento, 52 anos, uma liderança do Olga Benário, e Gleison Barbosa, de 28. O velório das vítimas foi realizado neste domingo e contou com a presença da ministra Macaé Evaristo, do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, e o ministro Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o ataque a tiros foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

O delegado Marcos Ricardo Parra informou no sábado que o suspeito confessou participação no ataque e agora a polícia mantém a busca pelos comparsas. Parra disse que resta descobrir se o suspeito buscava adquirir o terreno ou negociava para um terceiro, mas a origem do crime seria a disputa por um lote.

O Ministério da Justiça determinou que a Polícia Federal abra um inquérito para apurar o episódio. No ofício, o ministro em exercício Manoel Carlos de Almeida Neto afirma que o “violento atentado” demanda uma investigação federal.

O presidente Lula (PT) entrou em contato com o MST para prestar solidariedade ao movimento e anunciou que pretende realizar uma visita ao local. “Agora a pouco falamos pessoalmente com o preside Lula e ele anunciou que colocará a Polícia Federal para fazer as investigações ele, pessoalmente, assim que puder viajar de avião virá para a região”, disse o coordenador nacional do MST, Gilmar Mauro.

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