Sociedade

O melhor Brasil venceu a pior Colômbia. Mas não basta

A seleção brasileira saiu do buraco em que se meteu contra o Chile. É uma boa notícia. Mas o ataque não funciona, e o time depende demais da defesa

David Luiz vibra ao marcar o segundo gol do Brasil
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É uma boa notícia: a seleção brasileira melhorou. E fez a Colômbia, em seu primeiro desafio (real) nesta Copa, sucumbir. Não houve choradeira no hino, o time se mostrou seguro em campo. E a entrada de Maicon no lugar de Daniel Alves, a boa volta de Paulinho e uma grande partida de Fernandinho e dos zagueiros – nenhuma novidade – foram suficientes para levar o Brasil às semifinais, para enfrentar a Alemanha por uma vaga na decisão.

Dizer que o Brasil melhorou não significa, porém, que a seleção tenha encontrado seu futebol ideal. Ainda não encontrou. Significa que conseguiu sair do buraco em que se enfiou na horrível partida contra o Chile, aquela em que não foi eliminado porque a trave não quis. E o crescimento, em boa parte provocado pelas alterações realizadas por Felipão, impediram a Colômbia de jogar o ótimo futebol das quatro primeiras partidas – contra Grécia, Costa do Marfim, Japão e um desestabilizado Uruguai. James Rodríguez, o craque, praticamente não jogou, apesar do gol de pênalti.

O time ficou mais próximo, com menos espaços entre defesa, meio de campo e ataque. Mas a bola ainda não chega com qualidade ao ataque – e Fred continua sofrendo por conta disso. E, quando chega, não funciona. Ainda falta um bom meia ao time, porque Oscar jogou próximo aos volantes. Mas o Brasil saiu do buraco, o que foi suficiente para eliminar a Colômbia – uma seleção em estado de graça com sua melhor campanha em Copas.

A seleção é dependente da defesa, principalmente da sua dupla de zaga – Thiago Silva e David Luiz resolveram até no ataque, com os gols da vitória por 2 a 1. É o melhor setor do time, e é assim desde o início do Mundial. O que é bom, mas também preocupante.

Depois de 12 anos, a seleção brasileira está de volta às semifinais da Copa do Mundo. Mas será preciso ainda mais para chegar à final. O Brasil que venceu a Colômbia ainda não é bom o bastante para derrotar a Alemanha que passou pela França. São mais quatro dias para subir mais um degrau. E seguir sonhando em estar dia 13 no Maracanã.

*Rodrigo Borges é integrante do Esporte Fino, blog parceiro de CartaCapital

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