Sociedade

O balanço de 30 dias da operação de busca pelos fugitivos de Mossoró

Com cerca de 500 agentes trabalhando nas buscas, pessoas já foram presas e investigadores buscam rastros; apesar disso, localização dos fugitivos permanece incerta

O presídio de segurança máxima em Mossoró foi o primeiro a sofrer uma fuga no sistema penitenciário federal. Foto: Depen
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A fuga de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, completa um mês nesta quinta-feira 14. Eles seguem foragidos.

Até o momento, a principal suspeita é que ambos tenham escapado pela estrutura da luminária do presídio, cortando grades externas. De lá para cá, eles já foram avistados em regiões próximas à cidade potiguar e chegaram a manter uma família como refém. 

Cerca de 500 policiais continuam trabalhando nas buscas, o que exige a atuação não apenas da Polícia Militar do RN, mas da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional, Força Penal e agentes de estados vizinhos.

As diligências já levaram à prisão de sete pessoas envolvidas no caso, segundo a PF. A corporação acredita que seis delas têm ligação direta com a fuga.

Rogério e Deibson, a dupla que fugiu de presído em Mossoró. Foto: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais

Nesses 30 dais de busca, Fernandinho Beira-Mar, líder do Comando Vermelho (CV) – grupo ao qual pertencem os fugitivos – foi também transferido da penitenciária potiguar para outra prisão federal.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, esteve ontem em Mossoró e disse que há “indícios fortes” de que os dois fugitivos continuam na região. Para ele, a operação está sendo exitosa e não tem data para acabar.

“Nós temos uma ideia do custo dessa operação, que não é um custo baixo, mas o fato é que não podemos deixar a população local desamparada. Então, isso justifica o número de agentes de segurança que estão aqui. Enquanto esse risco não se dissipar, nós vamos manter esse efetivo”, justificou o ministro.

Por outro lado, a demora na captura e o custo das operações vêm sendo apontados como fatores relevantes. Hoje, por exemplo, o ex-secretário nacional de Segurança Pública, João Vicente da Silva Filho, afirmou ao site G1 que considera a operação cara e “irracional”. Ele defendeu que as buscas em casas devem ser substituídas por investigações. 

Declarações no mesmo tom foram dadas pelo presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Alberto Fraga (PL-DF). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o parlamentar reconheceu que a resposta do governo à crise foi rápida, mas destacou: “está na hora de suspender gastos, essas coisas midiáticas, que não vão prender [os fugitivos]”.

Lewandowski, porém, disse seguir confiante no resultado da ação. Na entrevista coletiva justificou a demora para o desfecho. Segundo argumentou, a recaptura dos fugitivos só não foi possível até aqui porque eles, ao que tudo indicam, seguem contando com ajuda externa. Mas, insiste o ministro, estão cercados, fato que justificaria a manutenção do efetivo policial na região.

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