Sociedade

Número de crianças vulneráveis à exploração sexual resgatadas em rodovias é o maior desde 2015

Em 2022, houve 181 resgates; sete anos antes, 245 vítimas foram resgatadas pela Polícia Rodoviária Federal

Número de crianças vulneráveis à exploração sexual resgatadas em rodovias é o maior desde 2015
Número de crianças vulneráveis à exploração sexual resgatadas em rodovias é o maior desde 2015
Créditos: Divulgação PRF
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O número de crianças e adolescentes resgatados pela Polícia Rodoviária Federal em situações vulneráveis à exploração sexual em estradas é o maior dos últimos sete anos.

Em 2022, 181 crianças e adolescentes foram resgatados dessas condições, o maior número desde 2015, quando houve o resgate de 245 vítimas.

As operações da PRF acontecem em estabelecimentos de serviços ao longo das rodovias, como postos de gasolina, lanchonetes, restaurantes, barracas de frutas e postos de parada de caminhoneiros. Elas ocorrem no âmbito do projeto Mapear.

Nos últimos dois anos, foram mapeados 9.745 pontos, ante 3.651 no biênio 2019-2020. Os números não indicam necessariamente um aumento dos pontos de risco, uma vez que a Polícia Rodoviária Federal mapeia locais onde há circulação de pessoas e os divide em baixa, média e alta vulnerabilidade.

O mapeamento apontou 640 locais como críticos, o que representa 6,5% do total. Os maiores índices críticos foram identificados no Espírito Santo (20%), seguido pelo Distrito Federal (14%). Entre as rodovias, a BR-116, que liga a Bahia a Minas Gerais, apresentou o maior percentual de vulnerabilidade para a exploração sexual de crianças e adolescentes (12%).

No relatório divulgado, a PRF reconhece que a vulnerabilidade piorou com a pandemia, dado o empobrecimento da população, e reforça a necessidade das fiscalizações e do uso dos canais de denúncia pela população.

Ainda de acordo com a corporação, o mapeamento estava pronto desde 2022, mas a divulgação foi cancelada pelo antigo diretor-geral, Silvinei Vasques, que se aposentou em dezembro do ano passado e é investigado por uso indevido do cargo e da corporação para promover apoio à campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PL).

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