Sociedade

Novo livro traz memórias de Mino Carta sobre o jornalismo brasileiro

O fundador de CartaCapital falou a Lira Neto sobre a resistência à censura, os bastidores das publicações que liderou e o futuro da imprensa em um mundo dominado pelas redes sociais

Novo livro traz memórias de Mino Carta sobre o jornalismo brasileiro
Novo livro traz memórias de Mino Carta sobre o jornalismo brasileiro
Mino leva Raymundo Faoro, aquele que nos ensinou a entender o Brasil, ao palanque de Lula durante a greve de 1980. Foto: Juca Martins/Olhar Imagem
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Fundador e diretor de redação de CartaCapitalMino Carta é uma das personalidades da imprensa nacional a compartilhar suas histórias no livro Memória do Jornalismo Brasileiro Contemporâneo, escrito por Lira Neto.

O livro faz parte de uma série de publicações do Centro de Memória do IREE, o Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa. O objetivo da coletânea é contar a história da imprensa brasileira a partir das reminiscências de seus jornalistas mais consagrados.

Mino falou a Neto das estratégias utilizadas para driblar a censura imposta pela ditadura, dos interrogatórios a que foi submetido nos anos de chumbo, a amizade com Abramo e Dom Paulo Evaristo Arns, além de comentar a relação com uma fonte graduada do regime militar, o general Golbery do Couto e Silva.

Também refletiu sobre o papel das redes sociais, seus impactos no jornalismo contemporâneo e o futuro do ofício no Brasil. Por fim, fez um retrato crítico da realidade nacional, “eternamente marcada pela lógica da CasaGrande contra a senzala”. A íntegra da publicação está disponível no site do IREE.

“A internet, na verdade, matou as melhores ideias e as criações mais brilhantes. Ela limitou o jornalismo de uma maneira francamente daninha. A internet passou a pautar os jornais. Em lugar de praticar um jornalismo realmente ativo, na busca corajosa pela verdade, a imprensa está sendo engolida e escravizada pelas novas mídias”, disse o fundador de CartaCapital.

Mino Carta nasceu em Gênova, na Itália, e desembarcou no Brasil aos 13 anos de idade acompanhado dos pais no final da década de 1940. Chegou a cursar Direito na USP, mas não concluiu o curso. Dirigiu as equipes de criação de publicações que fizeram história na imprensa brasileira, como Quatro Rodas, o Jornal da TardeVEJAIstoÉ e esta CartaCapital.

Ao lado de Cláudio Abramo, também fundou o Jornal da República no final da década de 1970, mas o periódico foi fechado anos depois. É autor de alguns livros – O Castelo de Âmbar e A Sombra do Silêncio são suas obras mais notáveis – e doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero.

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