Sociedade

Negros são maioria entre desempregados no País

Para o Ipea, as desigualdades que pesam sobre a população dessa cor têm se apresentado de modo intenso na pandemia

Créditos: EBC Créditos: EBC
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A população negra e parda é maioria entre os desempregados no País. Em junho, de acordo com dados da PNAD Covid-19, 60,3% dos desocupados no País se declararam pertencentes a esses grupos de cor ou raça.

Nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, a taxa de desemprego cresceu para todos os grupos, com média geral passando de 10,7% para 13,1% entre maio e julho.

Ao considerar somente a população negra – homens e mulheres -, a elevação foi ainda superior: passou de 10,7% e 13,8% para, respectivamente, 12,7% e 17,6%.

Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em nota técnica divulgada neste mês, “as múltiplas e interseccionais desigualdades que pesam sobre a população negra têm se apresentado de modo intenso
e se agravado durante esse tempo de pandemia”.

No documento, o órgão aponta que “além da atenção aos efeitos diretos das condições de saúde e de acesso
a atendimento médico, as perspectivas de subsistência e inserção laboral mostram-se essenciais para, ao menos, não
permitir a ampliação das desigualdades raciais, tão marcantes e estruturantes no País”.

No texto, o instituto ressalta que, neste período de Covid-19, “além do aumento da desocupação, entre a população ocupada, foram os cidadãos pretos e pardos que, por um lado, mais sofreram afastamento do trabalho, e, por outro, os que menos se beneficiaram da manutenção do vínculo laboral por meio de trabalho remoto. Ademais, formaram a ampla maioria da capacidade laboral submetida à situação de desemprego oculto por desalento, em grande parte justificada pela impossibilidade de buscar emprego durante a pandemia”.

Para o Ipea, a solução passa por “além de políticas de garantia de emprego e estímulo à atividade produtiva, especialmente nos setores intensivos em força de trabalho, a ampliação e o fortalecimento das redes de proteção social e trabalhista mostram-se como medidas fundamentais, a fim de se evitar que os efeitos atuais da crise conduzam à intensificação do já expressivo nível de desigualdade racial existente no mercado de trabalho”.

Acesse a nota técnica TRABALHO, POPULAÇÃO NEGRA E PANDEMIA: NOTAS SOBRE OS PRIMEIROS RESULTADOS DA PNAD COVID-19.

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