A pandemia de Covid-19 prejudicou mais no Brasil os negros, de acordo com o relatório “Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira 2021”, publicado nesta sexta-feira 3 pelo IBGE.
Os dados mostram que os índices de desvantagem histórica foram reforçados durante a pandemia. Os negros, por exemplo, são a maioria entre os desempregados. Durante o período de imposição de isolamento social, eles representam o grupo que foi mais afastado de suas funções.
O levantamento também revelou a persistência da segregação social no País. A presença de pretos e pardos é mais acentuadas em áreas como agropecuária (60,7%), na construção (64,1%) e nos serviços domésticos (65,3%), atividades que recebem salários inferiores à média.
Em 2020, a população branca ocupada recebeu rendimentos por hora superiores aos negros em qualquer que fosse o nível de instrução, sendo a maior diferença na categoria com superior completo. Isso significa que pessoas com o mesmo grau de instrução recebem salários desiguais relacionados à raça.
O estudo ainda apontou que, apesar de a distância salarial ter diminuído, as mulheres continuam recebendo rendimentos menores considerando o mesmo período. Isso faz com que as mulheres negras estejam entre as mais prejudicadas no mercado de trabalho, com ou sem os efeitos da pandemia.
Elas também são a maioria dos trabalhadores “subocupados”, ou seja, aqueles que gostariam de trabalhar mais horas para complementar a renda familiar.
Leia o relatório completo:
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