Sociedade

‘Não é possível calar’: veja reações de políticos à morte de João Alberto

Candidatos à Prefeitura de Porto Alegre e governador do RS se manifestam nas redes sociais

Reprodução: Redes Sociais
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Políticos de diversos partidos reagiram nesta sexta-feira 20, Dia da Consciência Negra, à morte de um homem negro por dois seguranças de uma loja da rede Carrefour em Porto Alegre (RS). Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tentou reanimar João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, mas ele morreu no local. O episódio aconteceu na noite da quinta-feira 19.

Manuela D’Ávila, candidata do PCdoB à Prefeitura de Porto Alegre, disse nas redes sociais que, “no Dia da Consciência Negra, um grito por justiça! Não é possível calar frente ao racismo que mata milhares de pessoas negras diariamente. A bancada negra, que ocupará a Câmara, está no Carrefour cobrando responsabilização e prestando solidariedade à família da vítima”.

O oponente de Manuela no segundo turno, Sebastião Melo (MDB), também repudiou o caso no início da madrugada desta sexta. “Acabo de saber da morte de um homem negro por seguranças do Carrefour da zona norte aqui de Porto Alegre. Um absurdo! As cenas são chocantes. Justamente no dia Nacional de luta contra o racismo. Medidas rigorosas devem ser tomadas imediatamente!”, escreveu Melo nas redes sociais.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), usou as redes para lamentar o episódio. “Hoje é o #DiadaConsciênciaNegra. Infelizmente, nesta data em que deveríamos celebrar políticas públicas e avanços na luta por igualdade racial, deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro. Todas as circunstâncias em que este crime ocorreu estão sendo apuradas, e os envolvidos foram detidos. Aos familiares e amigos da vítima, o João Freitas, toda nossa solidariedade e a certeza de que a investigação será rigorosa para que haja consequência deste ato lamentável”, afirmou.

Ex-presidentes da República também se manifestaram. Dilma Rousseff (PT) fez uma sequência de publicações no Twitter sobre o episódio. “O assassinato do jovem negro João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças do Carrefour, em Porto Alegre, é revoltante e mostra a persistência da violência escravocrata no Brasil. A história de nosso país está manchada por 350 anos de escravidão e mais 170 anos de violência racista, exclusão da cidadania e profunda desigualdade impostas à majoritária população de negras e negros. O Dia da Consciência Negra é, assim, dia de luto e de luta. Só haverá paz e democracia plena quando o racismo estrutural for enfrentado, punido e destruído e a sociedade aprender que não basta não ser racista, é preciso ser antirracista e lutar contra todas as formas desta discriminação”, disse a ex-presidenta.

O ex-presidente Lula (PT), por sua vez, escreveu: “Amanhecemos transtornados com as cenas brutais de agressão contra João Alberto Freitas, um homem negro, espancado até a morte no Carrefour. O racismo é a origem de todos os abismos desse país. É urgente interrompermos esse ciclo”.

Erica Malunguinho (PSOL), deputada estadual por São Paulo, tuitou que “as redes de supermercados precisam ser responsabilizadas pelas mortes e violências contra pessoas negras. É de um absurdo sem tamanho que pessoas negras estejam, constantemente, sendo submetidas a diversas formas de agressão. Chega!!”.

Laura Sito (PT), membro da “bancada negra” eleita para a Câmara Municipal de Porto Alegre, usou as redes para dizer: “Nós, da bancada negra da Câmara, estivemos em frente ao Carrefour pela manhã. Prestamos solidariedade à família e aos amigos de Beto e cobramos responsabilização e justiça pelo assassinato chocante, cruel e brutal. Chega!!”

Para além do mundo político, a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas repercutiu nas altas instâncias do Judiciário. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “o Dia da Consciência Negra amanheceu com a escandalosa notícia do assassinato bárbaro de um homem negro espancado em um supermercado”. Ele ainda declarou que “o episódio só demonstra que a luta contra o racismo e contra a barbárie está longe de acabar. Racismo é crime!”.

Outro ministro do STF, Alexandre de Moraes, declarou nas redes sociais que “o bárbaro homicídio praticado no Carrefour escancara a obrigação de sermos implacáveis no combate ao racismo estrutural, uma das piores chagas da sociedade. Minha solidariedade à família de João Alberto”.

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