Atuar em favor de causas sociais ou ambientais em áreas remotas do Brasil sempre foi uma “profissão de risco”, mas 2022 anuncia-se especialmente perigoso para os ativistas. Somente em janeiro, oito assassinatos a sangue-frio de lideranças locais cometidos no interior de Goiás, Pará e Maranhão apontam para a ação de grileiros, garimpeiros e até policiais. Nas três ações, as vítimas eram protagonistas de movimentos que incomodavam o poder paralelo instalado nas regiões em que militavam.
Rede criada há 30 anos e que reúne 400 entidades socioambientais atuantes na Amazônia, o Grupo de Trabalho Amazônico manifestou sua preocupação com o aumento da violência e pede cuidado redobrado aos seus militantes. “A rede encaminha denúncias às autoridades e chega a retirar, temporariamente, ativistas em perigo de seus locais de atuação, mas os lugares remotos têm menos meios, inclusive de comunicação, e isso piorou na pandemia”, diz Sila Mesquita, dirigente do GTA. Com a facilitação do acesso às armas promovida por Jair Bolsonaro, a expectativa é de que no último ano de governo ocorra um recrudescimento dos conflitos. “A perseguição do Estado contra aqueles que defendem a importância da floresta para a sustentabilidade dos povos e do planeta não para de crescer.”
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